Pelicanos de Balandrau.

"Que cada um se esforce individualmente e de acordo com as possibilidades de sua inteligência; mas que cuide de não censurar os demais, seja porque ele não os entende ou porque eles não o entendem, já que sempre ocorre um dos casos, e freqüentemente ambos de uma só vez. Toda opinião sincera merece por tal razão ser respeitada, ainda que possa haver discordância em seus méritos. A verdadeira liberdade de pensamento mede-se pela liberdade que cada indivíduo sabe conceder aos demais" PEDRO DONIDA

sábado, 10 de janeiro de 2009

Capela de Rosslyn


"o vinho é forte,
o Rei é mais forte,
as mulheres mais fortes ainda
mas a verdade conquista tudo.”

Inscrição no interior da capela

Por fora, é uma rústica catedral gótica. Mas por dentro, é uma sinfonia em pedras esculpidas, onde cada centímetro do interior da capela é coberto com símbolos. E construída de acordo com a “sagrada geometria”.


A Capela de Rosslyn está localizada a dez quilómetros ao sul de Edimburgo, em Lothian, Escócia. É nesta capela que pairam segredos e mistérios que envolvem os templários e que culminam em lendas sobre esta construção ser o paradeiro do Santo Cálice, ou de grandes conhecimentos secretos ali escondidos pelos Cavaleiros da Ordem do Templo.

Foi construída quase 150 anos após a supressão da Ordem Templária. Os próprios domínios de Rosslyn ficavam a poucos quilómetros do antigo quartel-general escocês dos templários.

Por mais de 40 anos e pelo custo de uma fortuna, o terceiro e último “Jarl” (conde) de Orkney, Sir William St Clair (posteriormente o sobre nome seria escrito “Sinclair”), de Rosslyn desenhou e construiu uma Capela. Segundo a lenda local, Sir William Sinclair temia que os “segredos” caíssem em mãos erradas ou se perdessem. Temia escrever, pois poderia ser queimado ou destruído, e temia a tradição oral, pois algo poderia se perder, ou gerações poderiam deforma-los ou ainda não passar adiante tais conhecimentos por motivos de morte prematura. Sendo assim, preferiu ele construir a capela, que seria considerado um verdadeiro “Livro de Pedra”, onde estariam em suas paredes registrados todos os segredos e conhecimentos que se queriam preservar. Conhecimentos estes que só poderiam ser lidos e interpretados corretamente se houvesse a posse da “chave” certa.


O fato de Sir William ter escolhido uma igreja para ocultar tais segredos faz sentido. Afinal, uma capela não traria desconfiança da Igreja. Até mesmo a palavra escolhida para o batismo da Igreja, “Rosslyn”, possui significado: “o lugar onde se oculta o segredo”, em hebraico.


A Obra:

A pedra de fundação foi colocada no dia de São Mateus, 21 de setembro de 1446. A orientação é do leste para o oeste. Esta posição foi marcada a partir do nascer do sol dessa data, como era de costume dos pedreiros da época. Outro costume é usar uma figura geométrica para definir a planta baixa. No caso da Capela de Rosslyn, foi usado um triângulo eqüilátero.

Infelizmente a planta original se perdeu, deixando assim especulações se a planta atual é espelho dos planos originais. O motivo da dúvida está em suas fundações, que são bem maiores que a capela. As dimensões da capela atual estão situadas no que seria apenas o coro das fundações encontradas nas escavações do século XIX. Caso seja verdade, porque abandonaram o plano original? Falta de recursos? Mudança de planos? Outra peculiaridade da capela é o fato de seu layout ser completamente assimétrico. Isto é, completamente fora dos padrões da época.

O interior da Capela:


A Ordem do Templo está muito bem representada nas paredes da Capela de Rosslyn. A planta da capela é baseada na cruz templária, e uma figura em alto relevo mostra dois cavaleiros em um cavalo, em uma alusão ao Selo da Ordem.

Além disso, está representada em suas paredes:

José de Arimatéia portando o Santo Graal;
Uma imagem semelhante a do Santo Sudário;

200 imagens do Deus nórdico Mimir, também chamado de Homem Verde (às vezes relacionado com o Deus babilônico Tammuz);
Figuras de reis, pontífices, cavaleiros... Todos sendo seguidos por uma figura parecendo um esqueleto, talvez representando a morte;
O Deus grego Hermes, em alusão ao hermetismo;
A coluna chamada “Coluna do Aprendiz”, que mostra a “árvore da vida” da cabala.

Existe uma lenda em torno da “Coluna do Aprendiz”, segundo os escritos feitos pelo Dr. Forbes, bispo de Caithness em 1774. Diz a lenda que um mestre pedreiro (The Master Mason) recebeu a tarefa de esculpir uma pilastra, única e maravilhosa, mas suas habilidades não eram suficientes para tal empreitada. Por isso foi a Roma para aprender a técnica correta para concluir seu trabalho. Ao voltar, viu que seu aprendiz havia esculpido a pilastra com maestria. O mestre pedreiro, com inveja e ódio, matou o aprendiz com um golpe na cabeça com seu malhete. O mestre pedreiro teve que pagar pelo seu crime. O aprendiz ficou imortalizado com sua cabeça esculpida no interior da capela. Ao seu lado esquerdo está a escultura da cabeça de sua mãe. Em nenhum ponto se encontra o pai do aprendiz. Alguns acreditam que o aprendiz era filho de uma viúva. Esta lenda é muito semelhante a lenda do mestre Hiram Abiff, mestre construtor do Templo do Rei Salomão.


Em várias culturas encontra-se elos que ligam o sacrifício a renovação. Com a capela de Rosslyn, as influências nórdica e celta são bem claras. A Coluna do Aprendiz é obviamente uma representação a Árvore da Sabedoria, chamada de “Yggdrasil”, na qual Odin, divindade máxima do panteão nórdico fez seu sacrifício para obter o segredo da sabedoria da cabeça decepada do deus Mimir. Seu sacrifício foi recompensado com as Runas. A Coluna do Aprendiz possui esculturas dos dragões de Neilfelheim, deitados, alimentando-se das raízes de Yggdrasil.


Segundo a lenda, Odin se pendurou em Yggdrasil por nove dias, ferido pela própria lâmina, atormentado pela fome, pela sede e pela dor, sem auxílio e sozinho até que, antes de cair, avistou as Runas e conseguiu apanha-las, em um último e tremendo esforço. Em termos judaico-cristãos, o sacrifício de Odin possui semelhanças com o de Jesus. Inclusive a imagem “oficial” de Jesus se assemelha a de Odin: cabelos e barbas longas.

Existem ainda alguns mistérios estritamente ligados à teoria de Oak Island. Esculpidas na parede de Rosslyn, encontrasse uma escultura enorme onde se identificam elementos como o milho e várias folhas de babosa. Plantas que só havia na América, sendo que Colombo só iria “descobrir” o novo mundo meia década depois da escultura.

Rosslyn está longe de ser uma típica capela cristã. Mesmo que William St Clair tenha construído a capela para glória de Deus, é estranho que poucos símbolos cristãos são encontrados em seu interior.

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