Hino ao Sol - Akhenton
Versão Gnosiológica
Segundo Édouard Schuré em sua obra monumental “Os Grandes Iniciados”, Moisés foi Iniciados nos Mistérios do Egito chegando a ascender ao cargo de Sumo Sacerdote em Heliópolis. Seu nome de batismo seria Osarsiph – derivativo de Osíris, deus de Heliópolis. Ao contrário da versão mais corrente, Schuré defende a tese de que o faraó em sua época – note que seu nome jamais é mencionado nos textos sagrados – não era Ramsés, mas Amenófis III. Teria conhecido pessoalmente Amenófis IV, que trocou seu nome para Akhenaton ao instituir a primeira religião monoteísta do mundo. De fato, o Salmo 104 é uma adaptação poética do “Hino ao Sol”, de Akhenaton. Compare:
Salmo 104.
1 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade.
2 Ele se cobre de luz como de um vestido, estende os céus como uma cortina.
3 Põe nas águas as vigas das suas câmaras; faz das nuvens o seu carro, anda sobre as asas do vento.
4 Faz dos seus anjos espíritos, dos seus ministros um fogo abrasador.
5 Lançou os fundamentos da terra; ela não vacilará em tempo algum.
6 Tu a cobriste com o abismo, como com um vestido; as águas estavam sobre os montes.
7 Å tua repreensão fugiram; à voz do teu trovão se apressaram.
8 Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para elas fundaste.
9 Termo lhes puseste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra.
10 ¶ Tu, que fazes sair as fontes nos vales, as quais correm entre os montes.
11 Dão de beber a todo o animal do campo; os jumentos monteses matam a sua sede.
12 Junto delas as aves do céu terão a sua habitação, cantando entre os ramos.
13 Ele rega os montes desde as suas câmaras; a terra farta-se do fruto das suas obras.
14 Faz crescer a erva para o gado, e a verdura para o serviço do homem, para fazer sair da terra o pão,
15 E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração do homem.
16 mapa As árvores do SENHOR fartam-se de seiva, os cedros do Líbano que ele plantou,
17 Onde as aves se aninham; quanto à cegonha, a sua casa é nas faias.
18 Os altos montes são para as cabras monteses, e os rochedos são refúgio para os coelhos.
19 ¶ Designou a lua para as estações; o sol conhece o seu ocaso.
20 Ordenas a escuridão, e faz-se noite, na qual saem todos os animais da selva.
21 Os leõezinhos bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento.
22 Nasce o sol e logo se acolhem, e se deitam nos seus covis.
23 Então sai o homem à sua obra e ao seu trabalho, até à tarde.
24 O SENHOR, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas.
25 Assim é este mar grande e muito espaçoso, onde há seres sem número, animais pequenos e grandes.
26 Ali andam os navios; e o leviatã que formaste para nele folgar.
27 Todos esperam de ti, que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno.
28 Dando-lho tu, eles o recolhem; abres a tua mão, e se enchem de bens.
29 Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para o seu pó.
30 Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.
31 ¶ A glória do SENHOR durará para sempre; o SENHOR se alegrará nas suas obras.
32 Olhando ele para a terra, ela treme; tocando nos montes, logo fumegam.
33 Cantarei ao SENHOR enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu tiver existência.
34 A minha meditação acerca dele será suave; eu me alegrarei no SENHOR.
35 Desapareçam da terra os pecadores, e os ímpios não sejam mais. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR. Louvai ao SENHOR.
Hino ao Sol - Akhenaton
Tu surges belo no horizonte do céu
Ó Aton vivo, que deste início ao viver.
Quando te ergues no horizonte oriental todas as terras enches de tua beleza
Tu és belo, grande, resplandecente, excelso sobre todo país;
Os teus raios iluminam as terras
Até o limite de tudo o que criaste.
Tu és Rá e conquistas até o seu limite.
Tu as unes para teu filho amado.
Tu estás longe, mas os teus raios encontram-se sobre a terra,
Tu estás diante (da gente), mas eles não vêem o teu caminho.
Quando tu vais em paz ao horizonte ocidental,
A terra fica na escuridão como morta
Os que dormem encontram-se em suas camas,
As cabeças cobertas com mantas,
Um olho não vê o outro.
Se roubassem seus bens que se acham debaixo de suas cabeças,
Eles nem perceberiam.
Todos os leões saem de suas cavernas;
Todas as serpentes, elas mordem.
A escuridão é (para eles) claro.
Jaz a terra em silêncio.
Seu criador repousa no horizonte.
Na aurora tu reapareces no horizonte.
Resplandeces como Aton para o dia sereno.
Tu eliminas as trevas e lanças teus raios.
As Duas Terras estão em festa:
Acordadas e atentas sobre os dois pés.
Tu as fizestes levantar.
Lavam os seus membros,
Pegam as suas roupas,
Os seus braços estão em adoração ao seu nascimento.
A terra inteira se põe a trabalhar.
Todo animal goza de sua pastagem.
Árvores e relvas verdejam.
Os pássaros voam de seus ninhos,
Com as asas (em forma de) adoração a tua essência
Os animais selvagens pulam em seus pés.
Aqueles que vão embora, aqueles que pousam,
Eles vivem quando tu te levantas para eles.
As barcas sobem e descem a corrente
Porque todos os caminhos se abrem quando tu surges.
Os peixes do rio movem-se deslizando em tua direção
Os teus raios chegam ao fundo do mar.
Tu que procuras que o germe seja fecundado nas mulheres,
Tu que fazes a descendência nos homens,
Tu que fazes viver o filho no seio de sua mãe,
Que o acalentas para que não chore,
Tu nutriz de quem ainda está no colo,
Que dás o ar para fazer viver tudo o que crias.
Quando cai do colo para a terra o dia do nascimento,
Tu lhe abres a boca para falar
E provês as suas necessidades.
Quando o pintinho está no ovo (loquaz na pedra)
Tu ali dentro lhe dás ao para viver.
Tu o completas para que quebre a casca
E dela sai para piar e completar-se
E caminhe com seus dois pés recém-nascidos.
Quão numerosas são as tuas obras!
Elas são irreconhecíveis aos olhos (dos homens)
Tu, Deus único, afora de tu nenhum outro existe.
Tu criaste a terra ao teu desejo,
Quando tu estavas só,
Com os homens, o gado, e todos os animais selvagens.
E tudo o que dá sobre a terra - e anda sobre seus pés -
E tudo aquilo que está no espaço - e voa sobre suas asas.
E os países estrangeiros, a Síria, a Núbia, e a terra do Egito.
Tu colocaste todo homem em seu lugar
Proveste as suas necessidades
Cada um com o seu alimento
E é contada sua duração em vida.
As suas línguas são ricas de palavras,
E também seus caracteres e suas peles.
Tens diferenciado os povos estrangeiros.
E feito um Nilo Duat
Leva-o aonde queres para dar vida às pessoas,
Assim como tu as criaste.
Tu, senhor de todas elas,
Que te cansas por elas,
Ó Aton do dia, grande em dignidade!
E todos os países estrangeiros e distantes,
Tu fazes que também eles vejam.
Puseste um Nilo no céu que desce para eles
E que faz ondas sobre os montes como um mar
E banha seus campos e suas regiões.
Quão perfeitos os teus conselhos todos,
Ó Senhor da eternidade!
O Nilo do céu é teu [presente] para os estrangeiros
E para todos os animais do deserto que caminham sobre os pés:
Mas o Nilo verdadeiro vem de Duat para o Egito.
Os teus raios trazem a nutrição para todas as plantas;
Quando tu resplandece, elas vivem e prosperam para ti.
Tu fazes as estações
Para que se desenvolva tudo o que tu crias:
O inverno para refrescá-las,
O ardor para que te degustem.
Tu fizeste o céu distante
Para brilhares nele
E para ver tudo, tu único
Que resplandeces forma de Aton vivo,
Nascido é luminoso, distante e (também vizinho.
Tu apresentas milhões de formas de ti, tu único:
Cidades, povoados, campos, caminhos, rios.
Todo olho vê a ti diante de si
E tu és o Aton do dia sobre (a terra).
Quando te afastas
E (dorme) todo olho do qual criaste a visão
Para não te ver sozinho.
(e não se verá mais) o que tu criaste,
Tu estás (ainda) no meu coração.
Não há nenhum outro que te conheça
Exceto o teu filho Nefer-kheperu-Rá Ua-en-Rá
Tu fazes com que ele seja instruído em teus ensinamentos e em teu valor.
A terra está em tua mão
Como tu a tens criado.
Se tu resplandeces, eles vivem,
Se tu te pões no horizonte, eles morrem;
Tu és a própria duração da vida.
E se vive de ti.
Os olhos vêem beleza, enquanto tu não te pões.
Deixa-se todo trabalho quando tu te pões à direita.
Quando tu resplandeces, dás vigor ao rei,
E agilidade para todos
Desde quando fundaste a terra.
Tu te levantas para o teu filho
Que saiu do teu corpo
O rei do Vale e do Delta que vive da verdade,
O Senhor dos Dois Países Nefer-kheperu-Rá
O filho de Rá que vive da verdade,
O Senhor das coroas Akhenaton
Sublime de duração de vida:
E da grande esposa real, a senhora dos Dois Países Nefer-neferu-Aton Nefertite
Viva, jovem para sempre na eternidade."
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