Pelicanos de Balandrau.

"Que cada um se esforce individualmente e de acordo com as possibilidades de sua inteligência; mas que cuide de não censurar os demais, seja porque ele não os entende ou porque eles não o entendem, já que sempre ocorre um dos casos, e freqüentemente ambos de uma só vez. Toda opinião sincera merece por tal razão ser respeitada, ainda que possa haver discordância em seus méritos. A verdadeira liberdade de pensamento mede-se pela liberdade que cada indivíduo sabe conceder aos demais" PEDRO DONIDA

sábado, 25 de abril de 2009

A Iniciação.


Iniciação (do latim initiatio) é um termo que remete a começo, entrada: iniciar um evento, ação, circunstância ou acontecimento. Também tem um significado de ascensão de um nível (abandonado) de existência para um outro nível superior.
A iniciação também é um tipo de cerimônia em muitas sociedades, na qual é introduzido um novo membro após alguma tarefa ou ritual particular. Normalmente o ritual de iniciação envolve a condução do novato por um veterano do grupo, e costuma consistir na exposição de novos conhecimentos - inclusive segredos.
Entre os objetivos de alguns tipos de iniciação, destacam-se o aprendizado de valores fundamentais para a vida no nível seguinte (adulto). O iniciado deve aprender a se fortalecer com o isolamento, sobreviver em condições precárias, estar preparado para as dificuldades da vida (por exemplo, muitas iniciações exigem que o iniciado construa a cabana em que ficará isolado durante o ritual), aprender a caçar, pescar, conhecer a fauna e flora, etc.

"Nada mais é que a recepção que é praticada por aquele que é candidato a se associar a uma Loja Maçônica, uso o termo associar de acordo com as leis civis existentes em nosso país.
Uma maçonaria sem base iniciática nada mais é que uma sociedade filantrópica.
É necessária que haja uma morte metafórica e simbólica, assim tal a fênix que renasce das cinzas, o novo associado se desnuda de suas paixões, vaidade e intransigência, o que nos leva ao pensamento do Filósofo e filólogo Nietzsche, em seu livro Zaratustra, "É preciso haver morte para que surja o super-homem"; ele indica a necessidade da superação de si mesmo e com isso aponta para uma nova maneira de sentir, pensar, avaliar" e é esta a diferença entre o iniciado e o não iniciado. É uma maiêutica (parto), termo usado pelo filósofo Sócrates, para uma nova vida que se descortinará na vida do iniciado.
A iniciação é o primeiro passo e é necessário para se ingressar na escalada maçônica, muitos passam pelo processo de iniciação e não prosseguem na busca de novos conhecimentos e aperfeiçoamento, isto é abandonam por qualquer motivo a ordem maçônica.
Matemáticos e filósofos constataram que nós somos números e símbolos.
O simbolismo representa a base, o fundamento de toda a maçonaria do mundo, ou seja, universal.
O iniciado tem que aprender gradativamente os símbolos e alegorias.
Quem seja incapaz de compreender os símbolos se achará sempre na posição de não iniciado e que entrando em um templo maçônico, mesmo lendo um livro, revista, a mídia eletrônica ou outra fonte de pesquisa referente à maçonaria, observa toda uma série de objetos, que lhe parece familiar, mas não entende o seu significado.
Símbolo = Figura, marca, qualquer objeto físico que apresenta um significado convencional.
Alegoria = Forma figurada de um pensamento, ficção ou metáfora que na expressão tem um significado e no seu significado e no sentido, outro."
PEDRO NEVES.

Na nação do candomblé Ketu por exemplo (ver iniciação Ketu), a iniciação envolve um retiro de 21 dias, em que a pessoa é mantida afastada da família e da vida profana, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos rituais. O processo ainda vai obrigar o iniciado a raspar a cabeça, fazer curas (pequenos cortes), assentamento do Orixá, com oferecimento de animais, comida ritual, flores e frutas, chamado de feitura de santo.

Em universidades e faculdades brasileiras o termo iniciação científica relaciona-se a um período em que o estudante auxilia um pesquisador experiente na condução de um trabalho, para aprender a trabalhar com pesquisa. As iniciações científicas são consideradas, muitas vezes, preparações para cursos de pós-graduação.

No Tantra, iniciação (em sânscrito, diiks'a') refere-se a um processo em que o aprendiz é orientado no caminho do equilíbrio e da plenitude, e recebe um mantra perfeito para a prática da meditação. Ao finalizar a iniciação, o aprendiz deve firmar um compromisso de amor e gratidão com Deus e com o mestre.

terça-feira, 21 de abril de 2009

A Cruz.


Cruz – do lat. cruce – significa antigo instrumento de suplício, constituído por dois madeiros, um atravessando no outro, em que se amarravam ou pregavam os condenados à morte. Segundo Rizzardo da Caminno a Cruz é formada por dois ângulos retos, encontrando-se com os seus vértices. Os gregos a apresentam na forma de uma sua letra, a “tau”, e tem o formato de um “T” maiúsculo. A palavra cruz no grego = (stauros, verbo stauroõ) que significa primariamente um poste reto ou uma trave, e secundariamente um poste usado como instrumento de castigo e execução. Para o chinês, a cruz indica ainda a idéia de universalidade e plenitude: inteiro, perfeito, completo, extremo, largo, infinito e perfeição, expressa o superlativo: extremamente bonito, mil maravilhas, eternidade sempre. Os hebreus, à semelhança dos chineses, carregavam esse sinal com toda a força do símbolo: vizinhança, amizade, simpatia, totalidade, fartura e perfeição. No alfabeto hebreu a Cruz (TAU) é a última letra.

Para o hebreu significa também: termo, chegada, meta final, assinatura. A CRUZ (TAU) é usada para representar o Nr. 400, isto é, a superabundância. O número 4 é a expressão dos quatro cantos da terra, da universalidade, da riqueza. O 400 é o superlativo de um superlativo, a fartura infinita. È bom saber que no Antigo Testamento não se usava este método para executar pessoas, mas era usado, como execução, o apedrejamento. Os cadáveres eram pendurados numa árvore, como advertência (Deuteronômio 21-22-23; Js 10.26).Tal corpo era considerado maldito (o que explica Epístola aos Gálatas 3.13) e tinha que ser removido e sepultado antes do cair da noite (cf. Jo 19. 31). Essa prática explica a referência neotestamentária á cruz de Cristo como uma “árvore”, (no grego xylos, At 5.30; 10.39; 13.29; I Pe 2.24) um símbolo de humilhação. Os escritores contemporâneos descrevem a crucificação como a mais dolorosa de todas as formas de morrer.

Para os cristãos representa a paixão e a morte de Cristo. No Cristianismo, é o símbolo da redenção universal, da reconciliação e da PAZ (Ef. 2, 14-17 e CL.1, 19-20). É a vitória da vida. Um Homem-DEUS (Jesus) esteve ali de BRAÇOS ABERTOS, num gesto de reconciliação e confraternização.

O interesse dos escritores do Novo testamento na cruz, não é nem arqueológico, nem histórico, mas antes Cristológico.

Teologicamente, o vocábulo cruz era usado como descrição sumária do Evangelho da salvação, de que Jesus “morreu pelos nossos pecados”. Assim é que a pregação do Evangelho é a “palavra da cruz” a “pregação de Cristo crucificado” (I Co 1.17 e segs). A palavra cruz é reconciliação (II Co 5. 19), foi por meio dela que houve reconciliação entre Deus e o ser humano, sendo essa reconciliação pessoal e cósmica.

No N.T, a cruz é símbolo de vergonha e humilhação, bem como da sabedoria da Glória de Deus reveladas por meio dela. Roma empregava a cruz não só como instrumento de tortura e execução, mas também como pelourinho vergonhoso, reservado para os mais vis. Para os judeus era maldição.

Segundo John Stott “....A cruz nos assegura que esse Deus é a realidade dentro, por trás e além do universo”.

Segundo Jorge Adoum, a cruz não significa morte e sim triunfo sobre a matéria. Sua ponta voltada para cima, corresponde a imagem de Deus, refletindo a Verdade, sabedoria e amor, já a parte inferior apontada para baixo, corresponde a imagem das trevas.

Se dividirmos a circunferência que simboliza o mapa com uma linha na horizontal que liga a superfície da terra ao horizonte longínquo, e outra na vertical – que toca o alto do céu e atravessa todo o planeta Terra, formamos uma cruz, a cruz cardeal. Esta cruz sempre foi considerada de suma importância para a Astrologia. Define que somos filhos tanto do Céu como da Terra. Nossos pés estão firmemente ligados a terra, nossa cabeça liga-se ao céu e dele recebe a energia necessária ao nosso desenvolvimento como seres humanos. O que se procura é o desenvolvimento de nosso Espírito, filho do céu, ao mesmo tempo que a harmonização de nosso corpo, filho da terra, com as energias que vêm do céu (eixo vertical) e com as energias dos cinco elementos da terra. (eixo horizontal. Da Astrologia podemos extrair o mesmo ensinamento: o braço horizontal da cruz cardeal nos remete aos signos de Áries (o desenvolvimento do eu) e Libra (o encontro com o outro, com a natureza, com o que não sou eu). O braço vertical nos remete aos signos de Câncer (as raízes, a família, o coletivo) e Capricórnio (o ponto mais alto do mapa, evocando a lenta subida do homem até os níveis mais elevados de espiritualidade).

É pela cruz que se sai do material e chega-se ao imaterial, do concreto chega-se ao abstrato; do mundo inferior chega-se ao superior, do plano das formas chega-se aos planos do sem forma; do domínio da força inferior chega-se ao dominium da Força Superior, Seu modelo básico traz sempre a intersecção de dois eixos opostos, um vertical e outro horizontal, que representam lados diferentes como o Sol e a Lua, o masculino e o feminino e a vida e a morte, por exemplo.

De acordo com o estudioso Juan Eduardo Cirlot, ao situar-se no centro místico do cosmos, a cruz assume o papel de ponte através da qual a alma pode chegar a Deus. Dessa maneira, ela liga o mundo celestial ao terreno através da experiência da crucificação, onde as vivencias opostas encontram um ponto de intersecção e atingem a iluminação.

Na sua acepção mística, a Cruz não tem significado sectário, pois representa a espiritualidade e a consciência Cósmica. É o símbolo da imortalidade, da fé, da santidade e da perfeição.



Existe também a Rosa-Cruz, uma cruz em cuja inserção central apresenta uma rosa. Na maçonaria são usadas como símbolo a Cruz Latina e a Cruz patriarcal, essa como símbolo do Grau 33 do R.´.E.´.A.´.A.´. Na matemática, a cruz assumiu desde os babilônios, o sentido de MULTIPLICAÇÃO e SOMA, os membros da Rosa Cruz costumam explicar seu significado interpretando-a como o corpo de um homem, que com os braços abertos saúda o Sol e com a rosa em seu peito permite que a luz ajude seu espírito a desenvolver-se e florescer. Quando colocada no centro da cruz a rosa representa um ponto de unidade.

A cruz é signo sagrado e venerado desde os tempos imemoriais da Humanidade, pois o seu fogo produz a salvação. O frio das noites invernais produzia sofrimentos, as trevas produziam temor e o Sol radiante e triunfal dissipava tudo, trazendo luz, calor, vida e amor como o fogo nascido da Cruz.
Que o G.´.A.´.D.´.U.´. nos ilumine, guie e nos proteja.

Manoel Junior, M:.M:.
A:.R:.L:.S:. Verdadeiros Amigos, São Paulo - Brasil


Bibliografias:
1 - Dicionário Maçônico Rizzardo da Camino
2 - Grau de Companheiro e seus mistérios – Jorge Adoum.
3 - Obras de Rizzardo da Camino, Rui Tinoco de Figueiredo, Jorge Adoum, consulta a diversos MM.´.MM.´., diversos sites da Internet, Bíblia Sagrada, tradução de João Ferreira de Almeida. 2ed. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Novo Dicionário da Bíblia. 2ed. São Paulo: Vida Nova, 1995. Stott, John. A cruz de Cristo. São Paulo: Vida, 2000.

Inefável.


Inefável, que significa o que não pode ser expresso verbalmente, é um termo utilizado para identificar algo de origem divina ou Transcendente e com atributos de beleza e perfeição tão superiores aos níveis terrenos que não pode ser expresso em palavras humanas.Por esta razão algumas Seitas e Religiões utilizam o termo inefável para representar a divindade máxima dentro de uma hierarquia.
Os Gnósticos o chamam assim para diferencia-lo do Deus do cristianismo e do judaísmo. Para eles o Inefável deu origem a Sofia e esta, conseqüentemente, ao Demiurgo e aos todos Arcontes.
Na Bíblia este termo aparece vindo da palavra grega anekdiegetos e também pode ser traduzida como inexprimível e indescritível.

Inefabilidade
A característica da inefabilidade está associada a qualquer tipo de objecto, entidade ou fenómeno sobre o qual nada pode ser dito em linguagem humana.Em geral, o termo "inefável" pode ser utilizado para caracterizar sensações, sentimentos, conceitos, aspectos da realidade ou entidades que, pela sua natureza ou grandeza, não podem, ou não devem, ser transmitidos ou descritos pela linguagem humana, embora possam ser conhecidos de forma interior pelos indivíduos.


Filosofia
Na filosofia contemporânea, Vladimir Jankélévitch (1903–1985), filósofo francês de ascendência russa, explorou o tema da inefabilidade, insistindo sobre o carácter inefável de muitas das coisas mais essenciais para os seres humanos: a poesia, a música, o amor, a liberdade, etc. Por esse motivo, desenvolveu uma estética e uma metafísica do inefável.
O tema da inefabilidade é também abordado pela filosofia da mente, ao abordar a questão dos qualia.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Números e Angulos.'.


Os números romanos são fáceis de compreender mas… Qual é a lógica que há por detrás dos números arábicos ou fenícios?
Muito simples:
Trata-se de ângulos
É pura lógica: Se você escrever o número na sua forma primitiva, verá que:


O número 1 tem um ângulo.
O número 2 tem dois ângulos.
O número 3 tem três ângulos e assim por diante
E o “O” não tem ângulo nenhum.

Os Números na Filosofia da Vida.


Dentre todas as coisas feitas pela Natureza, no início dos tempos, todas são formadas na proporção dos números. Este era o padrão principal na mente do Criador. Decorre daí o número dos elementos, a sequência das épocas, o movimento dos astros e a revolução dos céus. O estado de todas as coisas subsiste pela união dos números; os números, portanto, contém virtudes grandiosas e sublimes. Observando tantas virtudes ocultas nas coisas naturais, manifestas nos processos da Natureza, não é de admirar que as virtudes dos números sejam muito maiores e mais ocultas, além de serem mais prodigiosas e eficientes. Os números são mais formais, mais perfeitos e existem naturalmente nos seres celestes, não se misturando com substâncias diferentes. Finalmente, os números mesclam-se de maneira mais simples e acima de tudo com as idéias na mente de Deus, de onde recebem suas eficientíssimas virtudes.
Pitágoras diz que "o número é aquilo que faz todas as coisas subsistirem e distribui uma virtude para cada número"...
Proclo diz que "o número sempre tem uma existência na voz, outra na proporção entre as vozes, outra na alma e na razão, e outra ainda nas coisas divinas"...
Temístio, Boécio e Averróis (o babilônio), assim como Platão, sublimam tanto os números que chegam a pensar que ninguém pode ser um verdadeiro filósofo sem o conhecimento deles. Os números indicam um caminho para descobrir e compreender todas as coisas possíveis de serem conhecidas; dão acesso à premonição natural. Era pelo emprego dos números formais que o abade Joaquim realizava suas profecias.
Todos os filósofos eminentes, especialmente Jerônimo, Agostinho, Orígenes, Ambrósio, Gregório de Nazianzo, Atanásio, Basílio, Hilário, Rubanas, Beda e muitos outros, ensinam unanimamente que os números possuem virtude e eficácia prodigiosas, tanto para o bem quanto para o mal. Estes são os mistérios supremos de Deus e da Natureza. Aquele que sabe unir os números vocais e naturais com os divinos, ordenando-os na mesma harmonia, conseguirá operar e conhecer coisas prodigiosas.
Há grandes mistérios nos números porque, não fosse assim, João não teria dito no Apocalipse: "Aquele que tem o conhecimento que calcule o número do nome da besta, que é o número do homem". E esta é a maneira de calcular mais famosa entre os hebreus e os qabalistas.

A UNIDADE
Para os iniciados da qabalah, Deus é a unidade absoluta. A unidade da inteligência humana, demonstra a unidade de Deus. As matemáticas não poderiam demonstrar a fatalidade cega, uma vez que são a expressão da exatidão que é o caráter da mais suprema razão.
Na cabala, a unidade é , o princípio, a síntese dos números, é a idéia de Deus e do homem, é a aliança da razão e da fé. A fé não pode ser oposta à razão, é exigida pelo amor, é idêntica à esperança. Amar , acreditar e esperar, e esse triplo ímpeto da alma é chamado virtude, porque é preciso coragem para realizá-la.
A analogia era o dogma único dos antigos magos. Dogma verdadeiramente mediador, pois é metade científico, metade hipotético, metade razão e metade poesia.

O BINÁRIO
É o número feminino, o yin. Diz a parábola celeste: "A mulher está antes dos homens, porque é mãe e tudo lhe é perdoado de antemão porque dá a luz com dor"

O TERNÁRIO
É o número da Criação.

O QUATERNÁRIO
É o número da força. É o ternário completado por seu produto, o homem. E quando o homem compreender sua essência quaternária, em união com a criação, terá a liberdade. O anjo da liberdade nasceu antes da aurora do primeiro dia antes mesmo de despertar a inteligência, e Deus o denomina estrela da manhã.
"Ó Lúcifer, tu te desligaste voluntária e desdenhosamente do céu onde o sol te inundava com sua claridade, para com sulcar teus próprios raios os campos agrestes da noite. Brilhas quando o sol se põe e teu olhar resplandecente precede o nascer do dia".Cais para de novo levantar, experimentas a morte para melhor conhecer a vida. És, para antigas do mundo, a estrela da noite; para a verdade renascente, a bela estrela da manhã! A liberdade não é a licença (libertinagem); a licença é a tirania. A liberdade é a guardiã do dever, porque ela reivindica o direito. Lúcifer, cujas idades das trevas fizeram o gênio do mal, será verdadeiramente o anjo da luz (tradução da palavra Lúcifer) quando, tendo conquistado a liberdade ao preço da reprovação fizer uso dela para se submeter a ordem eterna, inaugurando assim as glórias da obediência voluntária. O direito é apenas a raiz do dever, é preciso possuir para dar".
Eis como uma elevada poesia explica a queda dos anjos.
"Deus tinha dado aos espíritos a luz e a vida, depois lhe disse: Amai. - O que é amar?, responderam os espíritos. -Amar é dar-se aos outros, respondeu Deus. - Os que amarem sofrerão, mas serão amados.
- Temos o direito de não dar nada, e nada queremos sofrer, disseram os espíritos inimigos do Amor. -Estais em vosso direito, respondeu Deus -apartai! Os meus querem sofrer e morrer, mesmo para amar. É o dever! "
O anjo caído é aquele que recusou amar; não ama, e é todo seu suplício; não dá, e é toda sua miséria; não sofre, e é seu nada; não morre, e é seu exílio. O anjo caído não é Lúcifer, a estrela da manhã, o porta-luz, é satã, o caluniador do amor.

Ser rico é dar; não dar é ser pobre; viver é a harmonia dos sentimentos gerais; o inferno é o conflito dos instintos carnais. O dever é obrigação, o direito é egoísmo; O dever é amor, o direito é o ódio; O dever é a vida infinita o direito é a morte.Essa alegoria semita indica a função quaternária.

O QUINÁRIOÈ o número religioso. A fé não é a credulidade estúpida da ignorância maravilhada. A fé é a consciência e a confiança do amor. A fé não consiste na confirmação deste com aquele símbolo, mas na aspiração verdadeira e constante às verdades veladas por todos os simbolismos.
Os perseguidores da Roma decaída também chamavam os primeiros cristãos de ateus porque não adoravam os ídolos de Calígula ou de Nero.A fé é um sentimento comum a toda humanidade. O homem que se isola de todo amor humano ao dizer: Eu servirei a Deus, este se engana. Pois diz o apóstolo João: "Se ele não ama ao próximo que vê, como amará a Deus que não vê?
O SENÁRIOÉ o número da iniciação pela prova. É o número do equilíbrio. É o código da ciência do bem e do mal.

O SETENÁRIO
É o grande número bíblico. É a chave da história de Moisés e o símbolo de toda a religião. O Cristo é o dever real que protesta contra o direito imaginário. É a emancipação do espírito que quebra as algemas da carne. É a devoção revoltada contra o egoísmo.

O OCTONÁRIO
É o número da reação e da justiça equilibrante. Toda ação produz uma reação. É a lei universal. O cristianismo produz o anticristianismo. O anticristo é a sombra , o contraste e a prova de Cristo.
Os protestantes disseram: o anticristo é o Papa. O Papa respondeu: Todo herege é anticristo. O anticristo é o espírito oposto ao Cristo. Quem é então o anticristo?
"É a usurpação do direito, o orgulho da dominação e o despotismo do pensamento. É o egoísmo pretensamente religioso de alguns protestantes da mesma maneira que a ignorância crédula e imperiosa dos maus católicos. É o que divide o homem ao invés de os unir, o desejo ímpio de se apropriar da verdade e dela excluir os outros, que condena e amaldiçoa ao invés de salvar e abençoar. É o fanatismo odioso que desencoraja a boa vontade".

O NÚMERO NOVE
É o eremita do tarot; eis o número dos iniciados e dos profetas.
Os profetas são solitários pois o seu destino é, na maioria, nunca serem ouvidos. Vêem muito mais do que os outros.
O Salvador disse à samaritana: "Mulher, em verdade vos digo que virá o tempo em que os homens não adorarão mais a Deus, nem em Jerusalém, nem sobre esta montanha, pois Deus é espírito, e seus verdadeiros adoradores devem servi-lo em espírito e em verdade.

O NÚMERO DEZ
O número absoluto da qabalah. A chave dos sefirotes (Ver o "Dogma e Ritual da Alta Magia")
Substância una que é céu e terra, conforma seus graus de polarização, sutil ou fixa. Hermes Trimegisto chama de grande Telesma. Quando produz o esplendor, ela demonstra-se luz. É essa substância que Deus cria antes de todas as coisas, quando diz: "Fiat Lux" (Faça-se a luz)
É simultaneamente substância e movimento, fluido e vibração perpétua. A força que a põe em movimento denomina-se magnetismo. No infinito, é a luz etérea (ou força eletromagnética). Nos astros é a luz astral; nos seres é o fluido magnético; no homem, forma o corpo astral ou mediador plástico. A vontade dos seres inteligentes age diretamente sobre essa luz e, por meio dela, sobre toda natureza submetida às modificações da inteligência; é o meio pelo qual os magos fazem a maioria dos trabalhos.
Essa luz é o espelho comum de todas as formas e pensamentos; guarda as imagens de tudo que foi, os reflexos dos mundos passados, e por analogia, os esboços dos mundos futuros. É o instrumento da taumaturgia e da adivinhação.
Conhecida por Hermes e Pitágoras, Sinésio e Platão, escola da Alexandria, Mesmer etc.
É essa substância primeira que se designa na narrativa hierática do Gênesis, quando o verbo dos Eloim faz a luz ordenando-lhe que seja. Eloim diz: "Que seja a luz, e a luz foi". Essa luz, cujo nome hebreu é rut, or, é o ouro fluido e vivo da filosofia hermética. Seu princípio positivo é o enxofre; o negativo, o mercúrio e seu equilíbrio é denominado seu sal.Mesmer informa que nosso corpo astral ou mediador plástico é um imã que atrai ou repele a luz astral astral sob a pressão da vontade. É um corpo luminoso que reproduz com a maior facilidade as formas correspondentes às idéias. Até sob o exercício da vontade.
Nossos corpos fluidicos atraem-se ou repelem-se uns aos outros, segundo leis consoantes à elasticidade. É o que produz simpatias a as antipatias instintivas.

O NÚMERO ONZE
É o número da força; da luta e do martírio.
Todo homem que morre por uma idéia é um mártir, pois nele, as aspirações do espírito triunfaram sobre os temores da carne. Todo homem que morre na guerra é um mártir pois morre pelos outros.
Os que morrem pelo direito são tão bons em seus sacrifícios quanto às vítimas do dever e, nas lutas da revolução, os mártires caem dos dois lados.
Sendo o direito a raiz do dever, nosso dever é defender nossos direitos. O crime é o exagero de um direito. O assassínio e o roubo são negações da sociedade; é o despotismo isolado de um indivíduo que usurpa o governo e a sociedade e faz guerra por sua conta e risco.
Quem não for irrepreensível é cúmplice do todo mal, e quem não for absolutamente perverso pode participar de todo bem.

O NÚMERO DOZE
É o número cíclico; do símbolo universal.

O NÚMERO TREZE
É o número da morte e do renascimento, da propriedade, da herança, sociedade, família, guerras e tratados.
As sociedades têm por base a troca do direito, do dever e da fé mútua. O direito é a propriedade; a troca, a necessidade; a boa fé, o dever.

O NÚMERO CATORZE
É o número da fusão, da associação e da unidade universal.

O NÚMERO QUINZE
É o número do antagonismo.
O cristianismo agora divide-se em Igrejas civilizadoras ou bárbaras; progressistas ou estacionárias; ativas ou passivas ; as que condenam e as que se submetem.

O NÚMERO DESESSEIS
É o número do templo.

O NÚMERO DESESSETE
É o número da estrela, da inteligência e do amor.

O NÚMERO DEZOITO
É o do dogma religioso, que é todo poesia e todo mistério.
Jesus, que foi o último e o mais sublime dos arcanos, a última palavra de todas as iniciações, sabia que não seria compreendido a princípio e disse: "Não suportaríeis agora toda a luz da minha doutrina; mas, quando se manifestar o Espírito da Verdade, ele vos ensinará todas as coisas e explicará o sentido do que eu vos disse."

O NÚMERO DEZENOVE
É o número da luz.É a existência de Deus provada pela própria idéia de Deus.
A afirmação do ateísmo é o dogma da noite eterna; a afirmação de Deus é o dogma da luz.
OS NÚMEROS VINTE, VINTE E UM E VINTE DOIS
Embora o alfabeto sagrado tenha 22 letras; as dezenove primeiras são a chave da teologia oculta. As outras são as chaves da natureza. O grande agente mágico. Substâncias propagada no infinito que é a décima chave do tarot

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A Espada.'.


Talvez o símbolo maior do poder e da força seja a espada.

A espada, é a arma de vigilância por cujo meio o Iniciado tem que defender-se de toda intrusão violenta do mundo profano nos trabalhos da Nossa Ordem. Este instrumento é também para o Martinista, uma faculdade, indicando seu discernimento, ou seja, a capacidade de penetrar dentro das aparências e reconhecer a realidade, o coração e a natureza mais íntima e profunda de todas as coisas. É o pensamento iluminado e o Poder da Verdade, com o que se vence, se destroi e se dissolve a ilusão em cada um de seus aspectos; é um instrumento místico, ritual e poderoso.

A espada é o símbolo de todas as forças desconhecidas que na vida sempre favorecem e auxiliam a quem permanece constantemente fiel a seus ideais e obrigações apesar da situação difícil e das condições em aparência contrárias em que se encontre, enquanto que essas forças se convertem em outros tantos flagelos, remorsos e castigos, para quem cede e se assusta renunciando e faltando ao cumprimento de suas obrigações e ideais.

A vida torna-se sempre mais dura, difícil e insatisfatória para os que renunciam a seus ideais e às suas mais elevadas aspirações; aqueles que cedem à aparente contrariedade dos homens e das coisas e se deixam desalentar por sua frieza e falta de cooperação. Nunca e por nenhuma razão deve alguém renunciar à expressão de seu próprio Ser mais elevado e à do Divino desejo que constitui o anseio de seu coração. São estes para ele, além de um privilégio, uma obrigação e um dever cujo perfeito cumprimento lhe assegura a investidura de Obreiro do Templo. Se bem que deve saber esperar com firmeza e confiança, sem que seu coração ao que nele representa o reflexo do próprio Verbo Divino e sua mais elevada visão da Realidade.

Encontramos nos versículos 21 e 24 do terceiro capítulo do Gênesis, que o Eterno fez túnicas de pele para Adão e sua mulher e os vestiu. E depois de ter expulsado o homem do Jardim do Éden "para que trabalhasse a terra" colocou no Oriente do mesmo Jardim do Éden uns querubins, que mostravam uma espada , "para custodiar o Caminho da Árvore da Vida" que é obviamente uma alusão a Cabala.
É evidente que as túnicas de pele, às quais aqui se faz menção, simbolizam o corpo físico do homem, do qual se reveste a consciência individualizada (Adão) e seu reflexo pessoal (sua mulher) ao serem enviados do estado de beatitude edênica (o mundo mental ou interior) sobre a terra (ou realidade objetiva) para trabalhá-la, ou nela expressar suas qualidades divinas e experimentar a diversidade.

Da mesma forma, a espada que se encontra com os querubins ou Mensageiros do Divino no homem , ou interior da consciência, é um símbolo manifesto do Poder Divino, "que é poder criador" latente em todo ser humano, e que é privilégio do Magistério a realizar, ou recuperar, manifestando assim das mais elevadas possibilidades da vida, cujo Caminho abre e custodia.

A espada, assim como o malho, pré supõe habilidade e destreza, se não material, certamente espiritual.

Os Templarios e suas estradas.'.


Duas vias essenciais ligavam o Mediterrâneo ao Norte de França, passando uma pela casamãe de Paris e outra pela de Payns. A primeira partia de Marselha e subia por Arles, Nimes, Alès, Le Puy, Lezoux, Saint-Pourçain-sur-Sioule, Pouques, Nemours, Paris, Tille-près-Beauvais, Abbeville, para atingir o mar perto de Berk no Temple-sur-FAuthie. Prolongava-se, sem dúvida, até Boulogne e Calais, onde normalmente se embarcava para Inglaterra. A menos que os Templários tenham disposto, perto de Berk, de um local de embarque discreto.
A segunda estrada partia também de Marselha e chegava a Avignon pelo lago de Berre, antes de subir o vale do Ródano pela margem esquerda, mantendo-se afastada do rio. Chegava a Lyon e, em seguida, Belleville, Mâcon, Châlon, Troyes, Payns e chegava a Abbeville por Compiègne e Montdidier.


Entre estes dois caminhos existia uma via intermédia que permitia, sem dúvida, evitar a estrada coberta de neve do Maciço Central, no Inverno. Passava perto de Saint-Étienne e atravessava Bourbon-Lancy e Auxerre, onde bifurcava quer em direcção a Payns, quer em direcção a Paris. Uma outra via reforçava este percurso na parte leste e subia os Alpes por Grenoble, Voiron e Bourg.


Para se dirigirem para a Baixa-Mancha e a Bretanha, outro caminho partia da bacia do Thau e subia por Espalion, Rion-en-Montagne, seguia paralelamente ao Indre até Villandry e, em seguida, passava por Le Mans, Balleroy e pelo Contentin até Saint-Vaast-la-Houge e Valcanville, perto de Barfleur. De Le Mans, uma outra estrada permitia chegar a Rennes, Saint-Malo, Saint-Cast e Sant-Brieuc.
Da bacia do Thau podia também se chegar a Bordéus por Montauban, encontrando em Damavan a via que vinha de Port-Vendres, por Perpignan e Toulouse.


Estradas transversais, que iam de oeste para leste, terminavam todas nas passagens e nos desfiladeiros, precisa Charpentier: A da Flandres para Estrasburgo, reforçada por uma paralela de Berk a Colmar. A do Baixo Sena (entra-se em Caudebec) em direcção ao Jura, pelo Sul ou pelo
Norte de Paris, Payns, Troyes ou Besançon. A que se junta a da Bretanha que passa por Rennes, Le Mans, Orléans, Auxerre.


Uma estrada do Baixo Loire em direcção às mesmas regiões do Jura, passava por Nantes, pelo Sul do Loire, Bourges, Pougues, Châlon. De Payns irradiavam também diversas vias para leste, pelos Vosges e o Jura; a sudoeste, para La Rochelle e Bordéus. É preciso referir também as estradas em direcção aos desfiladeiros dos Pirenéus, onde se pode aceder, por transversais, a Puymorens, Peyresourde e ao Somport. Em direcção aos desfiladeiros dos Alpes, por Restefond-Mont-Genèvre, Mont-Cenis e, certamente [...] em direção a São Bernardo.


A disposição dos estabelecimentos dos Templários ao longo dos caminhos era especialmente cerrada na Flandres e em Champagne, nessas regiões que constituíam a placa giratória do comércio do norte, nomeadamente no que se referia aos tecidos. Uma via especial ligava as grandes cidades de feiras de Champagne à Flandres, pelo principado de Liège. A propósito da importância das estradas, Demurger faz notar, precisamente: Não é por acaso que, na primeira lista das províncias da Ordem, dada pela regra, cerca de 1160, figura uma província da Hungria por onde passam obrigatoriamente as vias utilizadas pelos cruzados que não gostam de fazer a Santa Passagem por mar. Também em Itália, os caminhos seguidos pelos peregrinos atraíam os Templários: tinham um estabelecimento em Treviso, no início da estrada dos Balcãs para Constantinopla e, fora de Itália, em Trieste, Pola, Ljubliana e Vrana, na Croácia;
Vercelli, no Piemonte, via chegar dos Alpes os peregrinos que iam para Roma e aqueles que queriam dirigir-se à Terra Santa; os Templários e os Hospitalários estavam, naturalmente, aí instalados.


Convém referir também a importância das implantações dos Templários ao longo dos caminhos de peregrinação que conduziam os peregrinos a Santiago de Compostela. Pôr em funcionamento uma cobertura geográfica desta amplitude, instalá-la, equipá-la, dotá-la de homens, tudo isso não se fez de um dia para o outro. Um plano determinado desde o início conduzia sem dúvida o conjunto das operações.

Egrégora.'.


Egrégora, ou egrégoro para outros, (do grego egrêgorein, Velar, vigiar), é como se denomia a entidade criada a partir do coletivo pertencente a uma assembléia.
Segundo as doutrinas que aceitam a existência de egrégoros, estes estão presentes em todas as coletividades, sejam nas mais simples associações, ou mesmo nas assembléias religiosas, gerado pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade.
Assim, todos os agrupamentos humanos possuem seus egrégoros característicos: as empresas, clubes, igrejas, famílias, partidos etc., onde as energias dos indivíduos se unem formando uma entidade (espírito) autônomo e mais poderoso (o egrégoro), capaz de realizar no mundo visível as suas aspirações transmitidas ao mundo invisível pela coletividade geradora. Em miúdos, um egrégoro participa ativamente de qualquer meio, físico ou abstrato.

Quando a energia é deliberadamente gerada, ela forma um padrão, ou seja, tem a tendência de se manter como está e de influenciar o meio ao seu redor. No mais, os egrégoros são esferas (concentrações) de energia comum. Quando várias pessoas tem um mesmo objetivo comum, sua energia se agrupa e se "arranja" num egrégoro. Esse é um conceito místico-filosófico com vínculos muito próximos à teoria das formas-pensamento, onde todo pensamento e energia gerada têm existência, podendo circular livremente pelo cosmo.
Podemos exemplificar o egrégoro analisando um hospital. O principal objetivo dos que ali estão é promover a cura (independente de um êxito ou não) ou serem curados; portanto, um hospital carrega consigo um "egrégoro" que busca a cura. Aonde está esse egrégoro? No chão, nas paredes, no nome, recebendo e influenciando o espírito dos freqüentadores do hospital, dos funcionários, dos pacientes e visitantes. Muitas mentes voltadas para um único objetivo, eis a concentração de energia!

Da mesma maneira, uma missa,uma Sessão, um encontro de algumas pessoas (ou muitas) voltadas para promover um mesmo fim (a cura de alguém, o fim de um problema e a superação de uma perda) tem um grande poder de formação de egrégoros.

Referências:
BAYARD, Jean-Pierre. Os Talismãs: Psicologia e poderes dos símbolos de proteção. São Paulo: Editora Pensamento, 1985
BOUCHER. Jules. A Simbólica Maçônica: Segundo as Regras da Simbólica Tradicional. 11.ª Edição - São Paulo: Editora Pensamento. 2006.