Pelicanos de Balandrau.

"Que cada um se esforce individualmente e de acordo com as possibilidades de sua inteligência; mas que cuide de não censurar os demais, seja porque ele não os entende ou porque eles não o entendem, já que sempre ocorre um dos casos, e freqüentemente ambos de uma só vez. Toda opinião sincera merece por tal razão ser respeitada, ainda que possa haver discordância em seus méritos. A verdadeira liberdade de pensamento mede-se pela liberdade que cada indivíduo sabe conceder aos demais" PEDRO DONIDA

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Rito Escocês Retificado



GRANDE PRIORADO DO BRASIL DA ORDEM DOS
CAVALEIROS BENFEITORES DA CIDADE SANTA.
(CAVALEIRO BENFEITOR DA CIDADE SANTA)


História e Origem
Os Cavaleiros Beneficentes da Santa Cidade, mais conhecidos como Chevalieurs Bienfaisants de la Cite Sainte (CBCS), surgiram após uma Convenção realizada em Wilhelmsbad em 1782, tratando-se da mais antiga Ordem ligada à Maçonaria que tenha existência contínua. Ela deriva do Rito da Estrita Observância erigido em 1754, cuja fundação é atribuída ao barão Von Hund, que propunha a teoria de que a Maçonaria se originara diretamente dos Templários Cruzados, incorporando a idéia de que a Ordem seria governada por “superiores desconhecidos”. Ela chegou a possuir muitas Províncias espalhadas pela Europa, mas lentamente, após 28 anos, a influência da Estrita Observância diminuiu e a Ordem foi finalmente reconstruída para se tornar o Rito Escocês Retificado (CBCS). Os Graus da Ordem (não trabalhados por completo por todos os Priorados) são aqueles praticados na Loja de Santo André e na Ordem do Interior, que operam sob o Grande Priorado da Helvetia. Os Graus do Rito são estruturados como se segue:
Conferidos em uma Loja de Santo André
4.   (a) Mestre Escocês
(b) Mestre Escocês de Santo André
Conferidos em uma Jurisdição do Comandante e Capítulo da Ordem Interna
5. Escudeiro Noviço
6. Cavaleiro Beneficente da Santa Cidade
Além da Suíça, existem na atualidade outros OITO Grandes Priorados no mundo, situados nos seguintes países:
Estados Unidos da América (erigido em 1934), França (1935), Inglaterra (1937),  Bélgica (1986), e ainda Portugal, Brasil, Togo e Espanha.  Na Inglaterra muito pouco se conhece do Rito, salvo que é administrado sob a égide do Grande Priorado do Templo, com número muito restrito de membros e reuniões não muito frequentes. Em consequência, vários Irmãos residentes no Reino Unido têm procurado o ingresso à Ordem no continente europeu.
Estrutura e Qualificação
Cada Grande Priorado é governado por um Mui Reverendo Grão-Prior/Grande Mestre Nacional, que são eleitos. Ele é apoiado por um Grão-Prior Adjunto, um Grande Chanceler (Grande Secretário) e um conjunto de Grandes Oficiais, enquanto os membros são denominados Reverendos Cavaleiros. O ingresso a essa Ordem é cuidadosamente controlado, estando a prerrogativa do convite nas mãos da Hierarquia; dessa forma, raramente se faz referência à Ordem nos círculos maçônicos, com exceção talvez dos próprios membros do CBCS. A qualificação é restrita aos Mestres Maçons Regulares.
Paramentos
O Grau de Mestre Escocês: O paramento no primeiro Grau de Mestre Escocês consiste de um avental branco com acabamento de seda verde, possuindo aba quadrada verde com acabamento em vermelho, contendo três rosetas vermelhas colocadas nas posições de costume. No Grau de Mestre Escocês de Santo André o candidato é também investido com um colar de seda verde e bordas em vermelho, do qual é suspenso um medalhão perfurado de bronze contendo uma coroa de folhas laureadas sobrepostas por uma coroa imperial. No seu centro existem dois triângulos entrelaçados com raios e com a divisa da letra H, possuindo adicionalmente um esquadro e compassos acima e abaixo, respectivamente, os quais são emoldurados por um nível e um prumo (perpendicular) esmaltados em vermelho. O reverso da joia também possui o padrão triangular entrelaçado, com a figura sobreposta de Santo André crucificado.
Escudeiro e Cavaleiro Beneficente: Os paramentos do primeiro dos dois Graus plenos compreendem uma túnica branca lisa e um collarette vermelho com acabamento em cadarço dourado do qual é suspensa a cruz peitoral da Ordem. Ao ser elevado à Cavalaria, ocollarette permanece, a túnica lisa é trocada por um manto branco contendo uma cruz pateada vermelha no ombro esquerdo; e o candidato é investido com uma faixa branca com bordas douradas e uma cruz bordada vermelha no centro, na qual é suspensa a cruz da Ordem.
Os Graus
O quarto Grau do Rito, que não possui qualquer ligação com a Escócia, foi conferido quando duas seções dentro de uma Loja de Santo André provavelmente se separaram de um simples Grau original de mesmo nome.
Mestre Escocês de Santo André: Esse Grau faz referência à tradição divina do Templo de Salomão e à presença permanente da Santa Shekinah. Infere-se também que, enquanto o Primeiro Templo foi deixado em ruínas, ainda permaneceu dentro dele o conhecimento sagrado do Deus de Israel.
Aqui temos o desenvolvimento da lenda de construção do Segundo Templo, exortando o verdadeiro investigador a penetrar a tumba de Hiram à procura da Palavra Perdida. Seus trabalhos são recompensados pela personalidade alegórica do Mestre Construtor sendo elevada como um véu para revelar o Cristo ressuscitado, que mostra, desse modo, uma interpretação cristã das letras que formam o nome de nosso Grão-Mestre; e também alude à vinda da Nova Jerusalém, a Sion mística.
Escudeiro Noviço: No quinto Grau, o candidato é submetido a um período de reflexão dentro de um Colégio Escocês, antes de ser juramentado no Capítulo de noviços. A lenda conta que, nos primórdios da Era Cristã, Magos Sábios e iluminados que residiam na Cidade Santa foram convertidos ao Cristianismo por São Marcos. O trabalho esotérico de iniciação exigia que sua doutrina fosse transmitida por tradição oral secreta, o que era feito e culminava nos Cavaleiros Templários, que eram reputados em serem os últimos depositários desse divino conhecimento.
Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa: No sexto e final Grau, é revelado ao Noviço, em seu enobrecimento dentro de uma “Prefeitura”, um Convento. Idêntico ao Cristianismo Antigo, no zênite da antiga civilização egípcia, equiparado a Orfeu, Pitágoras e Platão. Também lhe é explicado que a Cavalaria da Cidade Santa se manifestava em obras beneficentes que eram o caminho perfeito para Deus, e pela difusão desses trabalhos, assegurando a maior bondade para a família humana e a obtenção final da verdadeira iluminação.
Em todo o ritual está impresso as virtudes da Fé, Esperança e Caridade. Ligados as mensagens de Amor e Tolerância, Tradição Templária, em termos de herança espiritual e muito próximo da GNOSE CRISTÃ...

Wagner Veneziani Costa

 



As Origens Maçônicas de Willermoz - RITO DE WILLERMOZ:


O Rito Escocês Retificado é também conhecido como Rito de Willermoz, em alusão ao seu criador, Jean Baptiste de Willermoz (Lyon,1730- Lyon,1824), que foi iniciado na maçonaria aos 20 anos de idade em uma loja que funcionava sob os auspícios da Estrita Observância Templária.

A intenção de ter um Rito Escocês Retificado seria trazer de volta antigas influências dos Cavaleiros Templários, como um rito de cavalaria, também de um antigo rito chamado Rito de Heredom. Segundo Willermoz o Rito havia se descaracterizado com o tempo, perdendo assim sua identidade original como um Rito de Cavaleiros.

Foi relançado nas suas bases atuais, graças ao trabalho incansável de Jean-Baptiste Willermoz, que mantinha relações com maçons de toda a Europa, principalmente com os Irmãos mais qualificados de todos os ritos.

Ele passou a vida inteira reunindo todo o tipo imaginável de documentos, rituais e instruções, buscando alcançar a essência da iniciação maçônica.

O sistema maçônico que o interessava de imediato, foi o da Estrita Observância Templária, em razão das origens templários que esse sistema atribuía à Maçonaria e por sua organização em forma de ordem de cavalaria.



ORIGENS MAÇÔNICAS DE WILLERMOZ:

Jean-Baptiste Willermoz era muito estimado pelos seus discípulos, principalmente pelas maneiras cordiais, amigáveis e sedutoras. Ele tinha como profissão profana a fabricação e comércio de artigos de seda, sendo ainda um grande proprietário de imóveis na cidade de Lyon, no centro da França.

Desde jovem, conseguiu reunir em torno de si um grupo de homens devotados à causa espiritual, tais como: Louis Claude de Saint-Martin, Joseph de Maistre, Martinez de Pasqually e o famoso Conde de Saint-Germain, alguns companheiros de estudos, outros seus próprios mestres.

Claude Catherin Willermoz foi seu pai, que por tradição também se dedicava à produção de tecidos; sua irmã Claudine foi iniciada nas ordens externas e o seu irmão mais novo, o médico Pierre-Jacques Willermoz foi iniciado em todas as ordens e jogou um papel importante na afirmação de Lyon como centro maçônico importante.

Jean-Baptiste Willermoz iniciou-se na Maçonaria em 1750. Com 20 anos de idade e já em 1752 era Venerável Mestre da sua loja e um ano mais tarde fundou a loja “;A Perfeita Amizade”, que desempenhou um papel muito importante mais tarde. Em 1756 obteve a filiação da sua loja na Grande Loja da França. Em 1760, com 30 anos de idade, fundou uma segunda loja: “Os Verdadeiros Amigos”; juntamente com o Venerável da sua primeira loja: “A Amizade”;, o irmão Jacques Irenée Grandon.

Nesse mesmo ano, as três lojas AMIZADE, A PERFEITA AMIZADE, e os VERDADEIROS AMIGOS, sob a coordenação de Willermoz, fundam a GRANDE LOJA DOS MESTRES REGULARES DE LYON, que recebeu Grandon como o seu primeiro presidente. Esses maçons tinham como objetivo a volta às suas origens primitivas.

Willermoz torna-se Grão Mestre em 1761, reelegendo-se em 1762, mas desinteressou-se em seguida, devido ao aumento das tarefas administrativas. Além disso, ele estava desgostoso com a banalidade dos trabalhos maçônicos o que o induziu a fundar o Capítulo dos “;CAVALEIROS DA ÁGUIA NEGRA”, onde recrutava os melhores elementos de todas as lojas da cidade.

Willermoz ensinava no seu Capítulo que, para encontrar a pedra cúbica, que contém em si todos os dons, virtudes ou faculdades, era necessário encontrar o princípio da vida que os Adeptos chamam Alkaeter. Esse espírito tem a faculdade de purificar o ser anímico do homem, prolongando sua vida.

Ele também tem a virtude de transformar os vis metais em ouro. Esse espírito encontra-se nos três reinos da natureza e cabe ao homem encontrar a maneira de manipulá-lo. Eles ensinavam que a pedra bruta representava a matéria disforme que devemos preparar; a pedra cúbica com ponta piramidal representava a matéria desenvolvida pela tríplice ação do Sal, do Enxofre e do Mercúrio.

O portador do terceiro grau possuía duas jóias, uma era o emblema dos três reinos da natureza que entra no trabalho de preparação da Grande Obra, a outra era o Pantáculo de Salomão, de sorte que o iniciado deveria portar em si toda a ciência cabalística. Entretanto, Willermoz logo desinteressou-se do Capítulo da Águia Negra, pelas seguintes razões: primeiro porque a base de simbolismo já era do seu pleno conhecimento e havia conseguido formar Mestres capazes de continuar esse trabalho de instruir o s maçons do capítulo; segundo porque encontrou Martinez de Pasqually em 1767, quando tinha 37 anos de idade. Martinez, que como se sabe, foi o fundador da Ordem dos Cavaleiros Maçons Elus Cohens do Universo, sistema operativo, cujo ensinamento marcou profundamente o espírito de Willermoz.

A DOUTRINA DE MARTINEZ E O GRANDE TEMPLO DE LYON:

Os maçons de Lyon, embora perseverantes no seu trabalho, não possuíam, uma doutrina sintética, que lhes assegurasse o objetivo dos seus trabalhos. A doutrina exposta por Martinez encaixou como uma luva nas mãos laboriosas dos maçons ocultistas de Lyon, cujo chefe era Jean-Baptiste Willermoz.

Tal doutrina comportava a revelação de verdades primordiais, comunicadas outrora a alguns seres privilegiados, e em sua síntese, ensinava a maneira de transpor a barreira que separa o Homem da Divindade.

Martinez trazia a mensagem de uma tradição oculta, conservada alegoricamente nas Escrituras Sagradas, sob o véu dos símbolos, transmitida através dos tempos pelas Sociedades Secretas. A Maçonaria tinha perdido a chave dessa tradição, que foi reencontrada por Martinez e por ele retransmitida nos seus rituais.

A sua doutrina explicava que a história da humanidade se resumia nas conseqüências do pecado original e na subdivisão do Homem Primitivo. A Divindade emanou Adão para que fosse o guardião da prisão onde tinha colocado os anjos rebeldes. Adão, revestido de uma forma “gloriosa”; comandava toda a criação. Mas, seduzido pelos Espíritos perversos, Adão quis ter a sua própria posteridade “espiritual”;.

Entretanto, a criação de Adão não resultou senão numa forma material (Eva), que constituiu sua própria prisão futura. Essa condição o privou da comunicação com a Divindade e o expôs aos ataques dos espíritos perversos, dos quais ele era anteriormente o Mestre.
A posteridade de Seth poderá obter sua reconciliação e entrar em contacto directo com a Divindade, após ter percorrido todas as esferas superiores do mundo celeste.

Willermoz foi iniciado por Martinez em Versailles, perto de Paris, no Equinócio de Março de 1767, quando este instalou o seu Tribunal Soberano de Paris. Willermoz tinha sido apresentado por Bacon de la Chevalerie e o Mestre logo reconheceu em Willermoz um futuro adepto, um continuador da sua doutrina, motivo pelo qual não pode conter as lágrimas, sobretudo, porque via nessa iniciação a prova da sua reconciliação com a Divindade. Nesse mesmo ano, Willermoz foi recebido como membro não residente do Tribunal Soberano e a sua correspondência com o Mestre durou cinco anos.

Entretanto, durante esse período não obteve nenhuma luz, o que quase induziu Willermoz a abandonar a Ordem, apesar de Martinez lhe dizer que o desenvolvimento das qualidades espirituais, não vinha de um dia para o outro, e que somente o tempo e a perseverança na iniciação lhe poderia oferecer os resultados esperados.


Divindade, nada lhe será dado. Somente a graça da reconciliação do Pai dará a potência e o poder ao filho. A luz não é dada ao curioso, ao apressado; o Altíssimo a concede ao Homem submisso aos seus mandamentos e que pratica a sua justiça.


O Elus Cohen deveria seguir rigorosamente o ritual teúrgico e renunciar a tudo o que existe neste baixo mundo, e resignar-se a receber a graça no seu devido tempo. Esta virá, a partir de um trabalho constante, quando menos se espera. A preguiça, ou a impureza de um único membro durante os trabalhos, prejudica todo o trabalho coletivo dos grupos operativos.


Willermoz compreendeu rapidamente estas premissas e trabalhou de corpo e alma, não somente na sua regeneração pessoal como também com o objetivo de estender essa doutrina à Maçonaria, fazendo novos adeptos para a Ordem. Foi por essa razão que buscou a aliança com os maçons alemães da Estrita Observância Templária, isentos dos objetivos políticos e vingativos dos maçons Franceses.



O CONVENTO DE GAULES (LYON, 1778)

O sucesso das lojas do Rito Escocês Rectificado foi total na França, principalmente porque elas eram oriundas das tradições templárias e, sobretudo porque os seus chefes eram nobres autênticos, príncipes, duques, barões e as iniciações eram muito seletiva. Nessa mesma época, estava-se instalando o Grande Oriente da França, que fez questão de agrupar os Diretórios Escoceses sob sua égide e um tratado foi assinado nesse sentido. Esses diretórios não tinham uma direção central na França e uma união era preconizada por todos. Entretanto as desavenças em vez de diminuírem, aumentaram. O próprio Willermoz escreveu ao Príncipe Charles de Hesse, queixando-se que Weiler não conhecia nada sobre “as coisas essenciais”;.

O grande superior Ferdinando de Brunswick procurava desesperadamente a doutrina e a coesão que faltava. Os Lyoneses detinham há 11 anos o sistema de Martinez de Pasqually, doutrina que poderia interessar aos Diretórios. Willermoz e Louis Claude de Saint-Martin de maneira muito oculta, prepararam as coisas com cuidado.

Eles conseguiram iniciar Jean de Turkeim e Rodolphe de Salznan na Ordem dos “Elus Cohens” homens de grande importância no seio da Estrita Observância Templária do Diretório de Estrasburgo. E esses dois homens desempenharam um papel muito importante quando os ocultistas de Lyon apresentaram a sua proposta dos conventos que iriam realizar no futuro. Com os espíritos preparados, segundo a doutrina de Martinez, os Lyoneses convocaram o CONVENTO DE GAULES em 1778, em Lyon. As grandes figuras da Estrita Observância Templária estiveram presentes em Lyon, mas preocuparam-se essencialmente com o futuro administrativo da Maçonaria. Willermoz demonstrou, desde logo, que a preocupação deveria nortear-se sobre o verdadeiro objetivo da Maçonaria, suas diretivas de estudos que deveriam orientar-se na busca da Divindade.

No transcurso dos trabalhos, decidiram distinguir as lojas simbólicas das lojas da Ordem Interior e substituir por Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa a palavra Templário. Os rituais apresentados pelos Lyoneses foram aprovados, assim como as instruções secretas de Willermoz, tiradas do “Tratado da Reintegração dos Seres Criados”de Martinez de Pasqually. 

O objetivo primeiro da Maçonaria seria comunicado somente aos iniciados nos dois últimos graus, os de “Professo” e do “Grande Professo”. A denominação de Superior Incógnito, que tinha sido condenada anteriormente, foi ressuscitada no convento, e era designada àqueles portadores de alta doutrina da Ordem. Entretanto, o verdadeiro objetivo da Maçonaria, permanecia desconhecido por todos aqueles que não tinham entrado realmente dentro da iniciação, embora portassem títulos de nobreza e mesmo os altos graus do “Rito Escocês Rectificado”. Além disso, havia várias tendências maçônicas e de outras sociedades espiritualistas que colocavam uma grande confusão nas mentes dos vários grupos maçônicos, oriundos de regiões diferentes. Havia assim, a necessidade da realização de outro convento.

CONVENTO DE WILLELMSBAD DE 1782:

Foi assim que quatro a nos mais tarde, em 1782, se realizou outro em Willelmsbad, com um número maior de participantes em relação àquele efetivado na cidade de Lyon em 1778. As reuniões duraram 45 dias e lá estavam presentes Willermoz e Saint-Martin, bem como, representantes dos Filaletes, dos Iluminados da Baviera, etc, todos ligados à Estrita Observância Templária.

A diversidade de idéias e de opiniões impediu que se chegasse a um denominador comum e que se definisse com precisão a doutrina da Ordem. Desta maneira, acabou-se mantendo as mesmas resoluções do Convento de Lyon, inclusive a doutrina de Martinez. Abandonou-se a pretensão da descendência direta dos Templários, evocando-se, entretanto uma filiação espiritual, oriunda do Mundo Invisível.

Os rituais foram modificados substancialmente, diferenciando o sistema da Maçonaria Tradicional. Esta é a razão pela qual o sistema foi denominado de RITO ESCOCÊS RETIFICADO.




OS DIRETÓRIOS ESCOCESES NA FRANÇA:

O regime Escocês Rectificado originou-se da introdução na França, dos diretórios escoceses em 1773 e em 1774 pelo Barão de Weiler, que retificou certas lojas existentes em Estrasburgo segundo o rito da Estrita Observância Templária da Alemanha, cujo Grão-Mestre da loja de Saxe (região da Alemanha Oriental) era o Barão de Hund. Após uma longa troca de correspondências com Willermoz, Weiler instalou em 1774 em Lyon o primeiro Grande Capítulo da região e colocou Willermoz como chefe ou delegado regional.


Nesse mesmo ano, outros diretórios foram constituídos em Montpellier e em Bordeaux, cidade onde residia Martinez. O sistema era constituído por 9 graus, consistindo de três classes:


1a classe: Aprendiz, Companheiro e Mestre

2ª classe: Escocês vermelho e Cavalheiro da Águia Rosa Cruz

3a classe: (ordem interna): Escocês verde; Escudeiro noviço; Cavalheiro e Professos.

Os Professos eram considerados SUPERIORES INCÓGNITOS, pois não eram conhecidos dos membros da Ordem. O seu chefe, que mais tarde tornou-se conhecido, era o Duque Ferdinando de Brunswick, que possuía o título de Grande Superior da Ordem.



Fonte:
Bede, Elbert 33º, “3 – 5 – 7 Minute Talks on Freemasonry”, Macoy Publishing & Masonic, Richmond, 1981
Case, Paul Foster, “The Masonic Letter ‘G’”, Macoy Publishing & Masonic Supply, Richmond, 1981
Cryer, Revd. Neville Barker, “Compendium of Masonic Prayers and Graces”, Ian Allan Publishing, Surrey, 2010
Durand, Gilbert, “Les Mythes Fondateurs de la Franc-Maçonnerie”, Editions Dervy, Paris, 2002
Faulks, Philippa and Cooper, Robert, “The Masonic Magician” – The Life and Death of Count Cagliostro and His Egyptian Rite”, Watkings Publishing, London, 2008
Grant, Revd. William, “The All-Seeing Eye”, Lewis Masonic, Surrey, 2008
Matos, Luis, “A Maçonaria Desvendada – Reconquistar a Tradição”, Zéfiro, Sintra, 2010
Powell, Arthur Edward, “A Magia da Franco-Maçonaria”, Zéfiro, Sintra, 2010
Rees, Julian, “The Stairway of Freemasonry”, Lewis Masonic, Surrey, 2007
Tourniac, Jean, “Principes et Problémes Spirituelles du Rite Écossais Rectifié”, Dévry Livres, Paris, 1985
Wirth, Oswald, “O Simbolismo Oculto da Franco-Maçonaria”, Zéfiro, Sintra, 2010