Rito Escocês Antigo e Aceito.
As origens do Rito Escocês Antigo e Aceito têm sido objecto de estudo, debate e alguma controvérsia.
Tal como no início era o verbo, tudo aconselhava, desde logo a necessidade de descrição para que o rito não pudesse cair em mãos profanas.
O rito começou, assim, por ser verbal, pois o conhecimento era apenas passado oralmente.
Se nos reportarmos ao tempo da Ordem do Templários, sabemos que seu apogeu teve o seu triste epílogo em 1313, com a morte de seu Grão-Mestre Jacques De Molay.
Depois da perseguição feita aos seu membros, é provável que alguns sobreviventes tenham procurado agrupar-se noutras associações, aceitando-se que vários cavaleiros Templários fugiram para a Escócia alistando-se sob a bandeira e a protecção do rei Robert the Bruce, que tinha parentes Templários.
Documentos de 1735 fazem referência à expressão “Mestre Escocês”, sendo provável que seja em analogia aos artesãos que viajaram de Inglaterra para a Escócia, no século VIII, com a finalidade de conhecerem a emergente e promissora arquitectura dos belos castelos do norte da Escócia. Esses maçons mantiveram o hábito de realizarem as suas assembleias-gerais, desenvolvendo um nível elevado de conhecimentos.
Desses encontros resultou em 1150 a constituição da Corporação de Kilwining, que passou a ter sede na abadia de Kilwining, em construção desde 1040. À Loja de Kilwining pertenciam os maçons designados por Mestres dos Vales ou Mestres Escoceses.
Em 1314, o rei Robert the Bruce fundou a Ordem de Heredom de Kilwining, concedendo ao mesmo tempo o título de Grande Loja Real de Heredom de Kilwining à Loja de maçons já existente.
No culminar da guerra civil em Inglaterra, Henriqueta Maria de França, viúva de Carlos I, rei de Inglaterra (da Dinastia dos Stuarts, de origem escocesa) e executado em 1649, aceitou o convite do rei Francês Luis XIV (o Rei Sol) de asilo político e, como era hábito, se fez acompanhar para Saint- Germain-en-Laye, nos arredores de Paris, por nobres, alguns da Escócia, familiares de seu marido.
Esses nobres, de acordo com documentos encontrados posteriormente, reuniam-se em Lojas. Os mestres escoceses que se tinham estabelecido em França e que se encontravam sob a protecção de Luís XIV são mencionados pela primeira vez nas Ordenações da Grande Loja de França em 1743.
Jean Baylot situa a formação da primeira Loja stuartista em Saint-Germain-en-Laye, em 1689. De facto, em 1717, aquando do estabelecimento da maçonaria especulativa podia-se considerar um sistema Escocês, sem ligações directas à Escócia, mas sim por influência dos Stuarts.
Sobre a designação de Antigo e Aceite encontramos também várias explicações.
Alguns escritos afirmam derivar da alteração no processo de aceitação dos membros das Associações de Pedreiros Livres, existentes nos países da Europa, antes de 1600. A maçonaria deixava de ser exclusivamente operativa e passava a admitir outros membros, que viam nas Lojas um local de reflexão e de ponderação sobre os novos valores enformadores da nova sociedade que aí vinha.
Aos novos iniciados não operativos davam a designação de accepted – aceites, por oposição ao adjectivo usado para designar os operativos , ancient – antigos.
Em França, depois da fundação Primeira Grande Loja, geram-se duas correntes maçónicas, as que permanecem na linha original, como no caso dos Escoceses, e as que adoptaram novas formas rituais a que designaram Maçons Modernos
O Rito Escocês Antigo e Aceite rege-se, para os seus graus simbólicos, pelas Constituições de Andersen e, para os graus filosóficos, pelas Grandes Constituições, datadas de 1786 e atribuídas a Frederico II, rei da Prússia.
A maior parte dos autores defende que o Rito Escocês Antigo e Aceite, o mais praticado no mundo, foi inicialmente um sistema de altos graus que, depois de ter integrado a tradição dos construtores, foi-se progressivamente organizando, tendo sido em França que aquele sistema se dotou, em 1804, dos 3 graus praticado nas lojas azuis ou lojas simbólicas. É dessa data o seu texto fundador – Guia dos maçons escoceses –, que corresponde à forma acabada dos primeiros rituais do Rito Escocês Antigo e Aceite.
O Rito Escocês Antigo e Aceite inscreve-se na tradição judaico-cristã, que inspirou a maior parte dos seus símbolos e narrativas lendárias. Contudo, conciliando a existência de um princípio criador – o Grande Arquitecto do Universo – com o respeito pela liberdade de consciência, rejeitando toda a formulação dogmática e não impondo nenhum limite à procura da Verdade, tem por vocação primeira unir todos os homens e mulheres, independentemente da sua nacionalidade, raça ou crença.
Estes grandes princípios do Rito Escocês Antigo e Aceite foram proclamados em 1875 no Congresso de Lausanne.
As suas duas principais características estão ligadas ao facto de se tratar em simultâneo de um Rito Iniciático e de um Rito Tradicional.
Iniciático, porque coloca os seus adeptos na via da realização espiritual, graças a um trabalho levado a cabo com a ajuda de símbolos e de rituais que constituem os meios de acesso ao conteúdo iniciático do rito.
Tradicional, porque se refere a todas as fontes iniciáticas ancestrais e universais que, sob a forma de mitos e de símbolos, mantém viva a cadeia iniciática, indispensável ao caminho para o Conhecimento.
Rito Escocês Retificado
O Rito Escocês Retificado é também conhecido como Rito de Willermoz, em alusão ao seu criador, Jean Baptiste de Willermoz(Lyon,1730- Lyon,1824), que foi iniciado na maçonaria aos 20 anos de idade em uma loja que funcionava sob os auspícios da Estrita Observância Templária.
A intenção de ter um Rito Escocês Retificado seria trazer de volta antigas influências dos Cavaleiros Templários, como um rito de cavalaria, também de um antigo rito chamado Rito de Heredom. Segundo Willermoz o Rito havia se descaracterizado com o tempo, perdendo assim sua identidade original como um Rito de Cavaleiros.
Jean Baptiste de Willermoz era de origem francesa, estudioso da maçonaria e se tornou Venerável Mestre da sua Loja em Lyon dois anos após ter sido iniciado.
Rito de Emulação
Rito de York
O Rito de York, por ser teísta, está mais ligado aos países onde os cultos evangélicos predominam, pois o clero desses cultos tem dado à Maçonaria o apoio e o suporte necessário para a sua evolução e crescimento.
O Rito de York é o rito predominante da Maçonaria Norte Americana. Sob sua égide se desenvolveram líderes da sociedade estadudinense nos principios da Liberdade Igualdade e Fraternidade. Estudiosos afirmam que este rito tem origens iluministas.
O Sistema ritualístico Norte-americano, mais conhecido por Rito de York ou Rito Americano, tomou a sua forma hoje conhecida a partir de 1797, por intermédio do então codificador e “maçonólogo” I.’., Thomas Smith Webb, que fez uma coletânea dos rituais dos Graus Simbólicos, Graus Capitulares, Graus Crípticos e as Ordens de Cavalaria. Webb tomou por base para composição do Rito, as Ilustrações de Maçonaria ( Illustrations of Masonry ) do I.’. Willian Preston(1772) e das ritualísticas e procedimentos da Grande Loja dos Antigos (1751).
Acredita-se que o Rito de York foi levado à Inglaterra por volta de 1777.
Surge então o Rito de York ( York Rite ), reforçando ainda mais as origens dos Antigos. Não sendo bastante no mesmo ano, em 24 de outubro, na cidade de Boston, Webb conseguiu a proeza de reunir diversos Sumos Sacerdotes dos Capítulos em uma Convenção. Após a Convenção o Companheiro Ephraim Kirby foi eleito em 24 de janeiro de 1798, Grande Sumo Sacerdote, transformando no ano seguinte, da união de todos os Grandes Capítulos, o Grande Capítulo Geral dos Maçons do Real Arco ( The General Grand Chapter of Royal Arch Masons ), recebendo o termo International a partir de 1954. Nos EUA as Lojas Simbólicas são denominadas Lojas Azuis ( Blues Lodges ), e em muitas Grandes Lojas só se usa a terminologia Rito a partir do 4º Grau do REAA e do Grau de Mestre de Marca do Real Arco. Pode parecer paradoxo, pois o sistema das Lojas Simbólicas originara-se a partir da composição de Webb, ou seja, RY.
é dividido em 4 partes: Comanderia Templária,Concelho Críptico,Capitulo do Arco Real,Lojas Simbólica.
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