Pelicanos de Balandrau.

"Que cada um se esforce individualmente e de acordo com as possibilidades de sua inteligência; mas que cuide de não censurar os demais, seja porque ele não os entende ou porque eles não o entendem, já que sempre ocorre um dos casos, e freqüentemente ambos de uma só vez. Toda opinião sincera merece por tal razão ser respeitada, ainda que possa haver discordância em seus méritos. A verdadeira liberdade de pensamento mede-se pela liberdade que cada indivíduo sabe conceder aos demais" PEDRO DONIDA

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O Nome Betél e o Sonho de Jacó.


Não há um consenso sobre a origem do nome desta estrela que compõe a constelação de Órion. Só esta estrela é 400x maior que o sol do nosso sistema solar. 1400 anos-luz da Terra 1 Ano-Luz = 9.460.800.000.000 Km O TAMANHO REAL O SONHO DE JACÓ "O SONHO DE JACÓ" “(...) e deitou-se naquele lugar e sonhou: eis uma escada posta na Terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela (...) Acordando, pois, Jacó, de seu sono (...) temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar, senão a casa de Deus [Bet-El]; e esta é a porta dos céus” Gen 28:11-17 O SONHO DE JACÓ “(...) e chamou o nome daquele lugar Betel; o nome porém daquela cidade antes era Luz” Gen 28:19 EM HEBRAICO Bethânia = Bet-Ania (Casa das tâmaras) Belém = Bet-Helen (Casa do pão) Bet-El = Casa de Deus BETELGEUSE = Portal da Casa de Deus CONSTELAÇÃO DE ÓRION

"A escada de Jacó é um símbolo religioso e iniciático. Lembra a cena que o patriarca bíblico viu em sonho, uma escada posta em terra, cujo topo tocava os céus e pela qual os anjos subiam e desciam. Um veículo que conduzia à morada de Deus, galgando-se degrau por degrau, em busca da perfeição. É um emblema maçônico. Tanto a subida (ascensus) quanto a descida (descensus) têm seu cume ancorado numa base, por isto, o Mestre Eckhart disse: o que existe de mais alto em sua insondável Divindade corresponde àquilo que mais baixo existe nas profundezas da humildade. Aí está a transcendência da vocação humana. Somos o que queremos ser.

Figura forte do cenário de Gênesis é a estupefação de Jacó: "na verdade Jeová está neste lugar e eu não sabia". Este não é outro lugar senão a Casa de Deus e é também a porta do céu.

Ao chegar ao grau 33, no Rito Escocês Antigo e Aceito, o postulante se vê, também, diante da porta do céu; uma porta fechada e sem fechadura. Não há chave. É a porta do coração - o centro vital do ser humano, símbolo das decisões intelectuais. Esta porta só se abre por dentro, abre-se sozinha e só aceita quem seja digno de entrar. Entrar no coração do homem que vai trabalhar pela felicidade da humanidade. O que Jacó sonhou haveremos nós de enxergar com nossos olhos mentais e espirituais, o que liturgicamente significa o caminho sagrado de Deus e maçonicamente, o da perfeição."

IIr.: Márcio Ribeiro de Carvalho e Hélio Luiz da Costa

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A Perfeição dos Calculos na Construção das Pirâmides de Gizé

Constelação de ÓRION.

As pirâmides de Gizé têm estimulado a imaginação humana. Quando foi erguida, a Grande Pirâmide tinha 145,75 m de altura (com o passar do tempo, perdeu 10 metros do seu cume). O ângulo de inclinação dos seus lados é de 54º54'. Sua base é um quadrado com 229 m de lado. Mas, apesar desse tamanho todo, é um quadrado quase perfeito - o maior erro entre o comprimento de cada lado não passa de 0,1%, algo em torno de 2 cm, o que é incrivelmente pequeno. A estrutura consiste em mais de 2 milhões de blocos de pedra, cada um pesando de duas a 20 toneladas.

Na face norte fica a entrada da pirâmide. Um número de corredores e galerias leva ao que seria a câmara mortuária do rei, localizada no "coração" da estrutura. O sarcófago é de granito preto e também está orientado com as direções da bússola. Surpreendentemente, o sarcófago é maior do que a entrada da câmara. Só pode ter sido colocado lá enquanto a construção progredia, um fato que evidencia a complexidade do projeto e como tudo foi cuidadosamente calculado.

São cálculos assombrosos. Por exemplo, se você tomar o perímetro da pirâmide e dividi-lo por duas vezes a sua altura, chegará ao número pi (3,14159...) até o décimo quinto dígito. As chances de esse fenômeno ocorrer por acaso são quase nulas. Até o século 6 d.C., o pi havia sido calculado só até o quarto dígito.

E isso é só o começo. A Grande Pirâmide pode ser a mais velha estrutura na face do planeta, é a mais corretamente orientada, com seus lados alinhados quase exatamente para o norte, sul, leste e oeste. É um mistério como os antigos egípcios conseguiram tamanha precisão sem utilizar uma bússola - assim com é incrível que até agora ninguém tenha aparecido com uma explicação para o enigma.

Ao que parece, todas as construções na planície de Gizé estão espetacularmente alinhadas. No solstício de verão, quando visto da Esfinge, o Sol se põe exatamente no centro da Grande Pirâmide e de sua vizinha, a pirâmide de Quéfren. No dia do solstício de inverno, visto da entrada da Grande Pirâmide, o Sol nasce exatamente do lado esquerdo da base da cabeça da Esfinge e passa toda a cabeça até se pôr ao lado direito de sua base. A geometria das três pirâmides tem sido uma fonte de confusão por muitos anos, por causa da maneira aparentemente imperfeita com que foram alinhadas. É curioso, porque foram os egípcios os inventores da geometria.

Por outro lado, a pirâmide está colocada num lugar muito especial na face da Terra - ela está no centro exato da superfície terrestre do planeta, dividindo a massa de terra em quadrantes aproximadamente iguais. O meridiano terrestre a 31º a leste de Greenwich e o paralelo a 30º ao norte do equador são as linhas que passam pela maior parte da superfície terrestre do globo. No lugar onde essas linhas se cruzam está a Grande Pirâmide, seus eixos norte-sul e leste-oeste alinhados com essas coordenadas. Em outras palavras, a Grande Pirâmide está no centro da superfície terrestre. Ela é, por assim dizer, o umbigo do mundo.

Muitos arquitetos e engenheiros que estudaram a pirâmide concordam que, com toda a tecnologia de hoje, não conseguiríamos construir uma igual. Será ? Às vezes as pessoas preferem acreditar em qualquer coisa menos na capacidade do gênio humano. Foi com essa intenção que, em 1944, um grupo de arqueólogos tentou construir uma réplica da pirâmide, sem usar a tecnologia moderna, nem mesmo a roda, mas seguindo uma escada proporcional de tamanho, tempo e número de operários 40 vezes menor. Isso resultaria justamente nos 10 m que faltam ao cume da Grande Pirâmide.

Cordas e varetas serviam como instrumentos para medição e demarcação do terreno, as pedras foram cortadas a cinzel nas pedreiras distantes, transportadas de barco e empurradas até o local da empreitada, ao lado de Quéops. O sistema utilizado para erguer as pedras foi uma combinação da rampa com as alavancas. Tudo como nos velhos tempos.

Para surpresa geral, as pedras foram se encaixando com precisão milimétrica e a construção progrediu, apesar dos atrasos provocados pelo desconhecimento do know-how da época, que teve de ir sendo desvendado na base da tentativa e erro. O que frustou o sucesso da empreitada foi o tempo. Não deu. Se a equipe dispusesse de alguns dias a mais, além dos 45 dias determinados, teria construído uma Grande Pirâmide em escala.

Robert Bauval e Adrian Gilbert tem um estudo astronômico sobre as pirâmides. Os dois publicaram suas descobertas preliminares no livro THE ORION MYSTERY, editado pela Heinemann. Eles também fizeram um documentário para a TV em 1995, lançando uma nova e intrigante luz sobre o assunto. Os pontos de vista expressados no livro e no documentário foram inicialmente desprezados pelos egiptólogos acadêmicos, mas, conforme as evidências foram reforçando sua teoria, mais e mais gente a foi aceitando.

Embora Virgina Trimble e Alexander Badawy tenham sido os primeiros a notar que os "respiradouros" da pirâmide de Quéops apontavam para a Constelação de Órion, aparentemente com o objetivo de mirar a alma do rei morto em direção àquela constelação, Bauval foi o primeiro a notar que o alinhamento das três pirâmides era uma acurada imagem espelhada das Três Marias, como são chamadas no Brasil as estrelas Alnitak, Alnilam e Mintaka, que formam o "cinturão" de Órion. A isso ele deu o nome de Teoria da Correlação, que forma a espinha dorsal de sua pesquisa.

As pirâmides há muito vêm fascinando Robert Bauval. Ele é um engenheiro egípcio, filho de pais belgas, nascido em Al-Iskandariyaa (Alexandria), e passou a maior parte da sua vida trabalhando no Oriente Médio. Por muitos anos ponderou sobre o significado de Sah, a constelação de Órion e sua ligação com as pirâmides.

Bauval sabia que a aparentemente inconsistente disposição das três pirâmides em Gizé não era acidental. O problema há muito ocupava sua cabeça e a de seus amigos engenheiros. Muitos concordavam que o alinhamento, embora incomum não era um erro, dado o conhecimento matemático que os egípcios tinham.

Enquanto trabalhava numa obra da Arábia Saudita, Bauval costumava passar as noites com a família e os amigos num churrasco no deserto. Num desses finais de noite ao redor da fogueira, um amigo engenheiro, que também era astrônomo amador, apontou para a constelação de Órion, que se levantava atrás das dunas. Ele mencionou de passagem que as estrelas que formam o cinturão do caçador pareciam imperfeitamente alinhadas, e não formavam uma diagonal reta. Mintaka, a estrela mais à direita, está ligeiramente fora do prumo. Enquanto o amigo explicava, Bauval ia vendo a luz - o alinhamento das três estrelas correspondia perfeitamente ao das pirâmides de Gizé !

Inicialmente Bauval usou o programa de astonomia Skyglobe para checar o alinhamento das estrelas em 2450 A.C. O software foi suficiente para clarear a mente de Bauval quanto ao valor da sua descoberta. O programa Skyglobe também pode colocar a Via-Láctea nos mapas celestes que produz, e ao fazer isso Bauval encontrou as evidências para a sua teoria. Gizé está a oeste do Nilo, da mesma forma que Órion está a "oeste" da Via-láctea, e na mesma proporção em que Gizé está para o Nilo.

Bauval colocou a precessão das Três Marias e descobriu que, devido à sua proximidade no espaço e à sua grande distância da Terra, há 5 mil anos as estrelas apareciam exatamente do mesmo modo como são vistas hoje. Claro, elas mudaram em declinação -antes estavam abaixo do equador celeste, a cerca de 10 graus de declinação.

A astronomia é fundamental na Teoria da Correlação de Bauval. Em um ciclo de 26 mil anos, o eixo do nosso planeta oscila levemente e isso leva a uma mudança aparente na posição das estrelas. Esse fenômeno é conhecido pleno nome de precessão. Enquanto a Terra oscila, a Estrela Polar que marca o Pólo norte celeste vai mudando. Atualmente, a estrela Polaris marca esse ponto, mas, na época das pirâmides, no lugar dela estava Thuban, da constelação Draconis. Dentro de dez anos, a estrela Vega, da constelação de Lira, irá ser o pólo norte celeste.

Outra mudança na posição das estrelas é provocada pela expansão do universo. As estrelas não estão paradas no espaço - elas têm o que se chama de movimento próprio. Algumas estão se movendo em direção à Terra, enquanto outras estão se afastando. Grupos de estrelas relacionadas, como as Três Marias, em Órion, tendem a se mover juntas pelo espaço.

A mudança da posição de uma estrela está em função, entre outras coisas, de sua distância do local de observação. Estrelas que estão muito longe parecem se mover bem devagar. Este é o caso das Três Marias, distantes aproximadamente 1,4 mil anos-luz Terra. Assim, através dos séculos, elas mudaram sua declinação, e hoje nascem e se põem em tempos diferentes. Mas elas retêm sua forma característica por causa da distância.

É muito importante entender que o céu era diferente no tempo das pirâmides. A forma geral das Três Marias tem permanecido igual, embora muitas outras partes do céu tenham mudado drasticamente. Graças aos sofisticados programas de computador, é possível projetar o céu de volta no tempo, o que permitiu a Bauval verificar e construiu sua teoria.

As relações que tal descoberta implica são fascinantes. Os egípcios eram dualistas, tudo em que pensavam e em que acreditavam tinha sua contraparte - causa e efeito, direita e esquerda, leste e oeste, morte e renascimento - e nada era visto isoladamente. Eles construíram em Gizé uma réplica exata do cinturão de Órion, o destino do Faraó, o Duat. Longe de ser uma tumba, a pirâmide seria o ponto de partida da jornada do rei morto de volta às estrelas de onde veio.

A egiptologia tradicional acredita que os egípcios praticavam a religião solar, centrada na adoração de Ra. O culto a Ra, cujo centro era Heliópolis, a Cidade do Sol, era sem dúvida importante, mas parece que era um apêndice de uma religião estelar ainda mais antiga. Toda a evidência que tem surgido sugere que Ra era meramente um dos instrumentos pelos quais o rei retornava ao tempo primordial, e não ao seu objetivo final. A aplicação da Astronomia ao estudo do Antigo Egito mostra que as estrelas tinham importância definitiva no destino final do rei, como se pode notar pelo texto 466 recolhido na pirâmide : "Ó Rei, és esta grande estrela, a companheira de Órion, que gira pelo céu com Órion, que navega o Duat com Osíris..."

O rei era muito importante por ser o elo entre os deuses e os homens, e era tratado com enorme respeito na vida e na morte. Desde o momento de seu nascimento era educado e treinado para seu retorno às estrelas. Cada aspecto da sua vida estava associado com sua jornada. Ele aprendia as rezas e encantamentos (muitos foram colocados nos Livro dos Mortos), que lhe garantiria uma jornada segura. Seu objetivo na vida era um retorno bem-sucedido, e a pirâmide, longe de ser uma tumba ou um memorial, era um ponto de partida dessa grande jornada.


Autora : Lu Gomes

Revista Planeta - Grandes Mistérios nº 3

terça-feira, 12 de maio de 2009

O ARCO MÍSTICO

"Simbolismo de uma Catedral"
Obs: Sempre gosto de "negritar" as partes que considero interessantes, nesse texto começei e logo parei, todo ele é muito interessante.




Simbologia Mística
(Ela não é um edifício administrativo, mas um corpo vivo de "pedras que falam")

Antes de entrar no simbolismo da Catedral, é obrigatório parar um pouco sobre o termo "gótico" empregado nesta arte edificatória.

Uma explicação curiosa, no limite da fantasia é a de Fulcanelli, que diz:
"Alguns pretendem, levianamente, que esta palavra derive dos Godos, antigo povo da Alemanha. Outros, que também é a opinião da Escola Clássica, crêem que, pela sua originalidade, esta arte, que fez escândalo nos séculos XVII e XVIII, fosse chamada por escárnio, impondo-lhe um nome sinônimo de bárbaro.
Na verdade, existe uma razão obscura que deveria fazer refletir nossos lingüistas que estão sempre pesquisando a etimologia. A explicação vem de fato pesquisada na origem cabalística da palavra.
Alguns autores perspicazes perceberam a semelhança que existe entre gótico e goético, pensaram que deveria haver uma estreita relação entre Arte Gótica e Arte Goética, ou mágica. Os iniciados sabem, porém, que Art Gotique não é outra que uma deformação da palavra artgotique, cuja homofonia é perfeita, conforme as leis fonéticas que regulam a Cabala.

A Catedral é, portanto, uma obra prima da ART GOTH, ou do ARGOT. Os dicionários definem o ARGOT como a linguagem particular daqueles indivíduos que se interessam em trocar suas opiniões sem serem compreendidos pelas pessoas ao redor, como uma linguagem cifrada, uma verdadeira Cabala falada."


As civilizações tradicionais sempre tiveram como objetivo conciliar o mutável com o imutável, o solvente com o coagulante, porque a harmonia entre os contrários é o primeiro passo verdadeiro da Iniciação e a primeira operação da Grande Obra Alquímica. O ensinamento tradicional é claro: existem duas "cidades". Aquela do céu e aquela da terra, aquela de Deus e aquela dos homens, a Jerusalém Celeste e a Jerusalém Terrestre. A Catedral, que tem a sua base na Terra e se alça em direção ao céu, é o símbolo vivente da unidade criativa do Grande Arquiteto do Universo.

O iniciado constrói na Terra a sua Catedral para que o mundo de baixo seja correspondente àquele do alto. A Catedral torna o Universo perceptível, porque é organizada segundo o Verbo e não segundo um racionalismo qualquer. Ela não é um edifício administrativo, mas um corpo vivo de "pedras que falam". Os Mestres aprendiam desde o início as leis da Harmonia. Através da iniciação eles tinham acesso a um estado interior necessário para compreender esses valores harmônicos. Conseqüentemente a profissão aprendida através dos anos permitia manifestar-se na pedra, e seu percurso espiritual transitar nos símbolos que velavam, mas não escondiam, o caminho a seguir. As Catedrais são bússolas, pontos de referência na floresta dos símbolos, que falam claramente só a quem transmutou seu modo de raciocinar e de pensar. A Catedral, nas suas esculturas e na sua geometria, contém realmente o alfabeto necessário para decifrar o livro sagrado que encarna. Livro aberto, porque ofertado à visão de todos, mas livro fechado se nosso pensamento e nossa vida não estão em harmonia com a mensagem que ela transmite.

Em todo o mundo antigo e tradicional as partes de um Templo tinham um simbolismo próprio, um significado preciso que unia Arquitetura e Consciência.
É curioso notar que todas as Catedrais Góticas do século XIII são dedicadas a Nossa Senhora, isto é, à Virgem. E é mais curioso ainda que a localização destes edifícios sagrados nos permitem traçar, sobre a Terra da França, quase com perfeita correspondência, a constelação da Virgem, tal e qual se vê no céu. Isso explica como em um pequeno burgo, como devia ser Chartres em 1200, tenha sido construída uma esplendida e caríssima Catedral. Houve tempos em que as câmaras subterrâneas dos Templos serviam como morada da Ísis Negra. É notório como o simbolismo da Ísis dos Pagãos foi absorvido pelo cristianismo da Virgem Maria. As estátuas negras da Ísis se transformaram nas estátuas das Virgens Negras que reencontramos nas criptas das Catedrais Góticas. Tanto umas como as outras mostram em sua base a inscrição que encontramos na Virgem Negra de Chartres – Virgem grávida – a Virgem parturiente, cujo significado, nem mesmo tão escondido, se pode comparar ao da terra antes de ser fecundada pelos raios do sol.



A planta de uma Catedral é sempre em forma de cruz. O braço horizontal corresponde aos equinócios e aos solstícios, enquanto o braço vertical corresponde a um simbolismo polar, aos pólos com relação ao plano do equador. A consciência da planta em cruz nos permite ler o mundo, perceber a arquitetura.
No centro da cruz, no ponto de encontro entre a horizontal e a vertical, o homem se encontra no centro do mundo, mas também do seu ser. Não é por acaso que neste ponto das Catedrais Góticas se situa o altar-mor.
Em todas as Catedrais Góticas se nota um curioso fenômeno:
O eixo da nave central não é o prolongamento exato do eixo do coro. Esse desvio do eixo não é devido a um erro do projeto, mas sim proposital. Esse é um símbolo já presente no antigo Egito, onde o exemplo mais evidente é o Templo de Luxor. O desvio do eixo é uma espécie de ruptura, uma fronteira invisível entre duas ordens de realidades diversas. Uma ruptura entre a nave, lugar da consciência racional e o coro, lugar da consciência absoluta. A simetria é morte, a assimetria é vida, afirma o pensamento pitagórico. O desvio do eixo é uma das manifestações mais claras de uma assimetria criativa que desvia a linha diretamente da razão.
As Catedrais, como outros edifícios sagrados, são rigidamente orientadas com o abside para
o leste, ponto geográfico onde nasce o Sol.
Ao norte, onde tudo é escuridão, tem sempre um portal rico em simbologia relativa ao início da vida iniciática. É no portal norte da Catedral de Amiens que os alquimistas se reuniam para discutir sobre o início da Grande Obra.
A oeste, freqüentemente se encontram baixos relevos sobre o juízo universal e
no sul uma grande rosácea que faz filtrar a luz do sol em toda a sua força.
Externamente os portais são colocados uns sobre os outros, em um átrio coberto, onde se colocavam os profanos antes do batismo. Lugar ainda não sagrado, mas não mais pertencente ao mundo profano, último aviso a criar em nós um estado interior consoante com a espiritualidade do interior do Templo.

A nave, como bem exprime a palavra, é arquitetonicamente um navio ao contrário. É o símbolo da Arca onde embarcaram os Sábios para viajarem através da luz.
A nave encarna a razão, não no sentido moderno do termo, mas no sentido tradicional, isto é, a soma das leis que constituem o Sagrado. Quem percorre a nave já está no caminho e pisa um pavimento, hoje em dia completamente refeito, mas que era originalmente um mosaico branco e preto para evocar a dualidade do nosso mundo.


No início do pavimento da nave central era colocado o Labirinto. Quase todos foram destruídos, mas em Amiens (refeito) e em Chartres (original) ainda permanecem a testemunhar uma sabedoria secreta. No calçamento das nobres igrejas, são um símbolo de uma riqueza inesgotável. Geralmente de forma circular, eles existem também na forma octogonal e quadrada. Têm sua origem no Labirinto de Creta, arquétipo da mitologia grega, onde o rei Minos faz aprisionar o Minotauro, metade homem, metade touro, filho da traição de sua mulher e rainha, Pasífae. Dédalo, arquiteto do labirinto de Creta, o construiu cheio de corredores que se entrecruzavam e de aposentos dispostos de tal maneira que quem neles entrasse não mais conseguiria sair.

Dédalo foi o arquiteto inspirador que na Idade Média serviu de modelo a todos os construtores. Há representações nos lugares da construção do labirinto, como na catedral de Reims,
de uma figura que representa o mestre de obras, verdadeiras charadas como se fossem assinaturas de um feito.

Colocados nas portas das cidades fortificadas ou no eixo central das Catedrais, os labirintos estavam para proteger dos inimigos e das influências malignas.

Eles permitem que, ao caminhar em direção ao seu centro, como uma viagem iniciática, possa, em um exercício avançado e introspectivo, desenvolver o seu "eu", oculto para um não iniciado, mas também de conhecimento superficial para os iniciados que não se aprofundam. Fica inacessível e de certa forma interditado àqueles que não estão qualificados, notadamente porque demonstram estarem perdidos ao caminhar dentro do labirinto.



O gótico é um sistema arquitetônico que se baseia naquilo que chamamos volta em cruz.
A ogiva em cruz se baseia no princípio da transformação dos esforços laterais em esforços verticais. É um conjunto de impulsos dado à pedra para que a abóbada não pese muito, mas se lance do alto através dos contrafortes laterais. O monumento gótico exige a existência de uma proporção perfeita entre peso e esforços.

É o objetivo sublime de aproximar o homem de Deus Todos os detalhes são estudados para que possa lograr um sucesso esplendoroso:gigante como o paraíso na terra, capaz de abrigar toda a população de uma só vez toda uma vila , a catedral de Chartres por exemplo abrigava 10.000 pessoas, alta com 37 metros de altura estar bem perto do céu de abobadas curvas, azuis construídas para onde nasce o sol, de onde vem a luz.

Fiéis entrando pelo ocidente caminhando para o oriente deixavam para trás o julgamento final,representado pelo portal ocidental. Morriam para a vida pecadora terrestre e nasciam para a vida celestial, sublime indo ao encontro do Criador.
As catedrais exigiam muita luz porque Deus é luz - As paredes rasgadas, os vitrais crescentes e todo um conjunto potenciava energia cósmica

A rosácea é a primeira representação luminosa da transfiguração, representada pelo sol, Cristo, a roda da vida, a origem e o planejamento da existência do homem.embora ñ emanava luz visível, mesmo assim talvez fosse a mais importante.obras primas inigualáveis da arte vitral, ensinam dois elementos essenciais do pensamento: andar da periferia para o centro e vice-versa. A sua imobilidade é só aparente, na verdade elas estão sempre em movimento de acordo com os ciclos eternos do Cósmico. Eles são o símbolo não só da roda, mas também da rosa mística que representa a ação do fogo alquímico. E é por isso que os arquitetos góticos procuraram transferir para as rosáceas de pedra uma imagem de fogo em movimento sobre a matéria. O coro da Catedral é comparável ao Santo dos Santos, é a cabeça, é o oriente. No coro é colocada a cadeira do Bispo, exatamente ao leste, onde nasce a luz,

No interior da Catedral de Chartres, na nave lateral oeste do transepto sul, há uma pedra retangular incrustada, enviesada ao piso, cuja brancura ressalta nitidamente sobre a cor cinza do restante. Essa pedra está assinalada por uma peça saliente em metal dourado. Cada ano, no solstício de verão, em 21 de junho, se o sol está brilhando, ao meio dia, um raio que filtra de uma abertura no vitral de Santo Apolinário vai atingir essa pedra. Acredito que esta seja a prova definitiva contra os céticos que acreditam ainda que as Catedrais Góticas são simples Igrejas.



Retirado do: http://rosacruzes.blogspot.com
colaboração---Antonio C. M. Pacheco Fº

Sol.


Aqui é o Sol que se equipara a 1 pixel, enquanto que Jupiter nem aparece.



Onde é mesmo que a Terra sumiu da comparação?

Tá pensando o que eu tô pensando?

Pois é!

Tamanho do nosso Sol.'.


A Terra é invisivel nesta escala, e Jupiter tem cerca de 1 pixel de tamanho, é o que consta na figura.

E nós, os humanos, querendo ser a "potência", aqueles que fazem e desfazem, inclusive no território dos outros.

Não está sendo assim?!

Somos tão importante como pensamos?



Pense.

Somos tão grandes assim?


Reflitam.

Anjos e Astros


MICHAEL ...... Pauper Dei ...... Saturno

GABRIEL ...... Fortitudo Dei ...... Júpiter

OURIEL ...... Ignis Dei ...... Marte

ZERACHIEL ...... Oriens ...... Sol

CHAMALIEL ...... Indulgentia Dei ......Vênus

RAPHAEL ...... Medicina Dei ...... Mercúrio

TSAPHIEL ...... Absconditus Dei ...... Lua

www.dhnet.org.br/.../salomao/images/flmwmfm3.gif

Nomes Divinos


Os Irmãos desejosos de conquistar os graus superiores deveriam instruir-se no Ocultismo e nos primeiros elementos de Cabala. Assim, o Noviço (denominado mais tarde A Arca Real) deveria aprender os seguintes nomes Divinos:

Iod (Principium) ....

Iah (Deus) ....

Iaô (Existens) ....

Ehieh (Sum, ero) ....

Eliah (Fortis) ....

Iahib (Concedens) ....

Adonai (Domini) ....

Elchanan (Misericors Deus) ....

Iobel (Jubilans) ....

Induziam-lhe, ao mesmo tempo, a estudar as relações das letras e dos números, bem como os primeiros elementos do simbolismo das formas. No grau de Escocês (denominado mais tarde Grande Escocês), acrescentavam-se outros estudos mais aprofundados sobre as correspondências na natureza. O quadro abaixo, referente às relações entre pedras e nomes Divinos, indicará os primeiros elementos desses estudos.

PEDRAS NOME DIVINO GRAVADO SIGNIFICADO

Sardônica MELEK (Rex)

Topázio GOMEL Retribuens

Esmeralda ADAR Magnificus

Carbúnculo IOAH Deus Fortis

Safira HAIN Fons

Diamante ELCHAI Deus Vivens

Sincura ELOHIM Dii (Sin, os Deuses)

Ágata EL Fortis

Ametista IAOH IA

Crisólito ISCHLJOB Pater Excelsus

Ónix ADONAI Domini

Berilo IEVE (Sum Qui Sum)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Venerável Mestre.'.



Do livro
"Manual do Mestre Instalado"
(leitura restrita a Mestres Instalados, com exceção das partes gerais).
José Castellani



VENERÁVEL MESTRE

Origem do título
O título de Venerável Mestre, dado ao presidente de uma Loja maçônica, tem a sua origem mais remota nos meados do século XVII, quando já começara a lenta, mas progressiva, transformação da Franco-maçonaria de ofício, ou operativa, em Franco-maçonaria dos aceitos, ou especulativa (1). Nessa época, porém, nem existia o grau de Mestre Maçom, que só seria introduzido no século XVIII, a partir de 1724, e efetivado em 1738, e o presidente da Loja era escolhido entre os mais antigos e experientes Companheiros --- que era um mestre-de-obras --- ou era o proprietário mesmo, o qual, como dono da obra, era vitalício na direção dos trabalhos dos obreiros.

Derivado da palavra inglesa worship, que significa culto, adoração, reverência --- como forma de tratamento --- quando usada como substantivo, e venerar, adorar, idolatrar, quando usada como verbo transitivo, tem-se o vocábulo worshipful, que significa adorador, reverente, venerável, como forma de tratamento. Dessa maneira, o presidente da Loja passou a ter o título de Worshipful Master, que significa Venerável Mestre e que seria adotado por todos os círculos maçônicos, embora o termo Venerável, de início, fosse aplicado apenas às organizações de artesãos.

Adotando-se a cerimônia de Instalação, como faz a Maçonaria inglesa, é só depois de passar por ela que o Venerável Mestre eleito pode se considerar empossado --- instalação é sinônimo de posse --- e empossar os membros de sua administração, entrando na plenitude de seus direitos exclusivos, entre os quais se inclui o de sagrar (2) os candidatos à iniciação, à elevação, ou à exaltação. Tão rígido é tal dispositivo, que, em uma sessão à qual não esteja presente o Venerável Mestre, sendo, ela, portanto, dirigida pelo 1º Vigilante, que não seja um Mestre Instalado, ele deverá, no momento de sagrar o candidato, solicitar, a um Mestre Instalado presente, que o faça, sem o que a cerimônia não poderá ter validade.

Origens das atribuições litúrgicas

A origem mais remota dessa prática está na Cavalaria medieval, cujos integrantes, os cavaleiros, só podiam ser sagrados por um rei, por um príncipe, ou por um alto dignitário eclesiástico. Estes, para a sagração, colocavam a lâmina da espada sobre os ombros do candidato, alternadamente (e terminavam, em alguns casos, com a acolada, que era uma pancada no pescoço do candidato).

Apesar de alguns autores não admitirem influência da Cavalaria, das Ordens Militares e dos Cruzados sobre a Maçonaria, existe, na realidade, uma similaridade muito grande entre as práticas maçônicas da instalação e as práticas dessas instituições, pois é claro que, embora não se possa, de maneira alguma, ligar as origens da Maçonaria aos Cruzados, ou à Cavalaria, influências desses agrupamentos podem existir em qualquer ramo do conhecimento humano. Na época do apogeu da Cavalaria, no decorrer do século XI, ela possuía hierarquia, graus e brasões. As Cruzadas acavariam contribuindo para o incremento do prestígio dos cavaleiros, dando, à sua atividade, um forte cunho religioso, que se exteriorizava na promessa de defender a Igreja, defender a cristandade e combater os infiéis, além do compromisso de fidelidade ao senhor feudal, de proteção aos fracos, oprimidos, mulheres e órfãos, de respeito à hierarquia e à disciplina e de combate à calúnia, à mentira e aos vícios.

A educação do cavaleiro começava na infância e, depois de cuidadosamente preparado,ele prestava o serviço militar, entre os 15 e os 21 anos de idade, primeiramente como pajem, atendendo ao senhor feudal em todos os serviços domésticos do castelo, e, posteriormente, como escudeiro, acompanhando ao seu senhor nas batalhas e lutando ao seu lado. Aos 21 anos, então, o escudeiro era armado cavaleiro, numa cerimônia à qual a Igreja imprimiu um profundo caráter religioso. Para esta cerimônia, inicialmente, o candidato ficava encerrado, durante toda a noite, na capela do castelo, orando e velando as armas; ao romper da aurora, ele fazia a confissão, comungava e participava da missa, onde o sermão principal destacava os deveres que ele assumiria, como cavaleiro. Passava-se, em seguida, à cerimônia, realizada no pátio principal do castelo, ocasião em que o cavaleiro era sagrado e armado, tendo, como padrinho, o senhor com o qual aprendera a arte militar.

A ação da Igreja nessa cerimônia, na época de apogeu da Cavalaria (séculos XI e XII), ainda é mostrada em outras práticas: o sacerdote benzia a espada do cavaleiro e comunicava que ela sempre deveria ser usada para servir à Igreja e defender os fracos, os oprimidos, as viúvas, os órfãos e, de maneira geral, todos os servidores de Deus, contra "a crueldade dos pagãos". O cavaleiro era purificado, através de um banho ritualístico, e recebia uma camisa de linho branco, como símbolo da pureza, e uma túnica vermelha, como símbolo do sangue, que deveria ser vertido a serviço de Deus.

Tais costumes mostram uma certa influência sobre muitos costumes maçônicos --- não se pode esquecer que a Franco-maçonaria floresceu à sombra da Igreja --- como a permanência na Câmara de Reflexão, a sua purificação, a cor branca do avental e das luvas, a espada, a sagração, as preleções, o juramento, o voto de defesa dos fracos e oprimidos.

Notas

1. Essa progressiva transformação iniciou-se no século XVII, quando, com a decadência do estilo gótico --- e a concomitante ascensão do renascentista --- as organizações de oficio começaram também a entrar em decadência. E, para tentar sobreviver, resolveram aceitar, em suas Lojas, homens não ligados à arte de construir e que, por isso, foram chamados de Maçons Aceitos. O processo de aceitação desenvolveu-se durante todo o século XVII, a ponto de, no final dele, o número de aceitos sobrepujar, largamente, o de operativos, o que propiciaria, em 1717, a criação da primeira Obediência maçônica da História, a Premier Grand Lodge, em Londres.

2. Sagrar, aí, tem o sentido de conferir a dignidade do grau e não o de santificar, ou tornar sagrado, como muitos pensam. É o mesmo com a sagração de templo: a cerimônia confere, ao local, a dignidade de templo maçônico.


José Castellani
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Do livro "Manual do Mestre Instalado"