Pelicanos de Balandrau.

"Que cada um se esforce individualmente e de acordo com as possibilidades de sua inteligência; mas que cuide de não censurar os demais, seja porque ele não os entende ou porque eles não o entendem, já que sempre ocorre um dos casos, e freqüentemente ambos de uma só vez. Toda opinião sincera merece por tal razão ser respeitada, ainda que possa haver discordância em seus méritos. A verdadeira liberdade de pensamento mede-se pela liberdade que cada indivíduo sabe conceder aos demais" PEDRO DONIDA

terça-feira, 24 de março de 2009

Atlantida e o Google Ocean?



Situado numa área chamada Planície Abissal da Madeira, a grelha foi localizada pelo engenheiro aeronáutico Bernie Bamford enquanto explorava o oceano com o Google Ocean. Bernie, de 38 nos, de Chester, disse: "Parece um mapa aéreo de Milton Keynes. Tem que ser obra do homem.". Aquilo é um excerto da noticia de primeira página do tablóide britânico "The Sun" na passada sexta feira.

Apesar do teor sensacionalista, estamos na presença de mais um exemplo claro de inferência de design. Ou seja, todos nós somos capazes de reconhecer que aqueles padrões não podem ter surgido por obra do acaso, através de processos naturais.

De acordo com aquela noticia, e conforme podemos confirmar nós próprios no Google Earth, o "local fica a cerca de 1000 km da costa ocidental de África, próximo das Ilhas Canárias - um local que parece ter sido sugerido pelo filósofo antigo Platão. Ele acreditava que era uma civilização insular que foi assolada por terremotos e submersa há cerca de 12 mil anos atrás.".




Vê-se um rectângulo perfeito do tamanho do País de Gales repousando no fundo do Oceano Atlântico a cerca de 5,6 Km de profundidade. Uma quadricula de linhas perpendiculares, que parece um mapa de uma grande metrópole, está no meio daquele rectângulo.

segunda-feira, 23 de março de 2009

A Lenda de Atlantida de Platão.



O primeiro relato sobre a existência de Atlantis, vem do filósofo grego Platão, que viveu de 427 a 347 a.C. Foi o mais famoso discípulo de Sócrates (470 a 399 a.C.), muito respeitado pelo seu sistema de idéias, bem como pela postulação da imortalidade da alma humana, que exerceu influência sobre os padres da Igreja e filósofos cristãos.

Os leigos conhecem-no pelo ensinamento do amor platônico e os entendidos pelo sistema das idéias, como, sendo um dos grandes pensadores da humanidade. Platão escreveu seus pensamentos em forma de diálogos entre o sábio e o discípulo para evitar a monotonia filosófica.

As informações sobre Atlântida acham-se escritas nos diálogos "Timeu" que focaliza a terra de Atlântida, ao passo que o de "Crítias" caracteriza sua civilização. "Crítias" é, no diálogo, o pseudônimo do próprio Platão, que transcreve informações que recebeu do seu "avô", que por sua vez foi informado pelo filósofo Sólon, que morreu em 559 a.C., em Atenas.

A informação revela a história de um sacerdote egípcio de Sais, sendo a seguinte: havia em épocas remotas, ou seja, cerca de 9.000 anos antes de Platão, um poderoso Império, situado numa ilha que se encontrava no Oceano Atlântico, além das Colunas de Hércules (Estreito de Gibraltar) de nome Poseidonis ou Atlantis. A ilha tinha um comprimento de 3.000 estádios de 2.000 de largura (um estádio é igual a 185 metros) o que resultaria em cerca de 200.000 quilômetros quadrados. Imaginava-se na época que a ilha era maior que a Líbia e a Ásia reunidas.

O povo que habitava a Atlântida era governado por reis. O primeiro parece ter sido Atlas. Seu irmão Gadir governava uma outra parte da ilha, que se situava perto das Colunas de Hércules. Houve também uma guerra entre Atlântida e Atenas. Neste instante surgiu a tragédia. Durante um dia a ilha Atlântida afundou--se no mar e desapareceu. Esta história era bem conhecida e admitida pelos filósofos gregos. Quem não acreditou nela foi Aristóteles (384 a 322 a.C.).

Os filósofos cristãos da antigüidade e da Idade Média conheciam este mito. São vários os relatos de lendas parecidas com a descrita por Platão em seus diálogos. Lendas que contavam sobre uma mesma civilização avançada como a dos atlantes, mas de origens culturais, nomes, tamanhos e até localizações diferentes. As histórias foram sobrevivendo aos movimentos sócio-culturais ao passar dos séculos e até durante a Renascença, que procurou nos mitos realidades, houve várias tentativas de explicação racional desta história. Entretanto, poucos convenceram mais que o próprio mito.

Como foi dito, as principais referências para Atlântida foram os diálogos entitulados "Timeu" e "Crítias" de Platão. Um trata do âmbito geográfico e outro do social e do político.

Havia há 9000 anos, no mesmo local onde se encontra Atenas, uma grande cidade. Essa surpreendente informação foi cedida ao estadista Grego Sólon (-559 a.C) por um sábio egípcio de Sais. Essa fundação foi corroborada por documentos achados em templos há 8000 anos. Estes documentos informam também que havia um vasto Império numa ilha fora das Colunas de Hércules, maior que a Líbia e a Ásia juntas (na época, só era conhecida uma faixa costeira da África e a Ásia era uma pequena faixa da Turquia, hoje conhecida por Ásia Menor). Sendo um grande e rico Império, seu poderoso exército invadiu os povos costeiros do Mar Mediterrâneo para dominá-los, mas a coragem e a arte bélica dos gregos conseguiram rechaçar esta ofensiva por um tempo.

Como numa proteção divina para a Grécia, veio uma época em que houve terríveis terremotos e inundações, vindos num dia e numa noite horríveis, onde desapareceu todo o exército atlântico. No auge de sua civilização, Atlântida fora engolida pelo Oceano.


Em seu diálogo, Platão diz: "Houve uma guerra dos "atlantas" que habitavam uma ilha fora das Colunas de Herácles, maior que a Líbia e a Ásia, contra nosso estado de Atenas que conseguimos rechaçar. Esta ilha desapareceu mais tarde por um terremoto e imergiu no oceano".

Na distribuição do Mundo pelos deuses, o deus Possêidon recebeu a ilha Atlântida. Casou-se com a princesa "Kleito". Para a segurança desta construiu em volta do castelo 3 anéis circulares de canais e um outro canal de 50 estádios de comprimento até o mar permitindo a navegação de trieras. O primeiro rei de Atlântida foi Atlas, filho de Possêidon (irmão de Zeus) e Kleito. A fortaleza real tinha um diâmetro de 5 estádios protegida por uma muralha de pedras. Dentro da fortaleza existia, além do palácio real, um templo consagrado a Possêidon cercado com um muro de ouro. Este templo tinha um estádio (185 metros) de comprimento e três pletros (92,5 metros) de largura. A altura era de tal forma escolhida visando agradar a vista. O templo era inteiramente revestido de prata, exceto as alveias que eram de ouro. A cidade (possivelmente chamada de Posseidônia) situava-se dentro de uma planície retangular de 3.000 por 2.000 estádios cercado por um canal de 10.000 estádios de comprimento e com profundidade de um pletro.

"Crítia" é maior e mais complexo do que "Timeo". Além da origem da civilização, que é descrita detalhadamente, Platão nos fornece também descrições sobre a organização social, política, sua legislação perfeita e a geografia da ilha com sua rica fauna e flora.

A origem da Lenda de Atlântida é atribuída à Platão, mas existe em várias outras parte do mundo e em épocas diferentes, histórias que contam uma história muito parecida com a contada pelo filósofo grego. Cada uma, obedece à cultura e crenças de suas regiões, mas as semelhanças e coincidências são no mínimo inquietantes. Mas não somente lendas. Vários mapas, desenhos e documentos foram encontrados em tempos e lugares diferentes. Para muitos pesquisadores e esotéricos, essas "provas" ajudam a confirmar a existência de "Atlântida".

A história nos conta que a Antártica não foi descoberta até 1818, mas 305 anos antes. em 1513, um grande almirante e cartógrafo turco chamado Piri Reis desenhou vários mapas, dentre esses, um mapa do Atlântico Sul englobando a costa oeste da África e oeste da América do Sul e o norte da Antártica. O Mapa foi descoberto acidentalmente em 1929 no palácio-museu de Topkapi, em Istambul.

Em uma série de notas escritas de seu próprio punho, o almirante Piri Reis diz que não é responsável pelo mapeamento e pela cartografia original dos mapas e que esse, foi confeccionado a partir 20 mapas, desenhos e esboços, alguns de origem desconhecidas que estavam no inventário do palácio. Os mapas mostram com nitidez, centenas de pontos do globo terrestre que só seriam conhecidos, oficialmente, séculos depois com os navegadores espanhóis, portugueses, holandeses e ingleses. Eles também revelam detalhes geológicos surpreendentes. Várias ilhas e faixas de terras aparecem em vários pontos que não são visíveis hoje em dia, como por exemplo a "falta" do Estreito de Drake (entre América do Sul e a Antártica) e a ilha de Cuba ligada à península da Florida.

As investigações continuam para se saber a origem de tais mapas e como foram feitos com um grau de precisão impressionante. Não há dúvida que o almirante Piri Reis obteve fontes da mais alta confiabilidade. Só nos resta agora saber "quem" fez esses mapas. Muitos estudiosos e cartógrafos, dentre eles o Dr. Arlington H. Mallery que fez todo o trabalho de medição e aferição dos mapas acreditam em que eles têm uma origem muito remota. Pelas pequenas diferenças tamanho e coordenadas, acredita-se em que os mapas tenham sido feitos há 9000, um pouco antes da última Era Glacial. Outro fator defendido por todos é que os mapas foram feitos por uma civilização com grande capacidade técnica e tecnológica. Juntando todos os fatos, coincidências e evidências, são poucos os pesquisadores que não pensam na palavra "Atlântica" nessa altura dos estudos.

Não foram apenas na Grécia e na Turquia que aparecerem fatos e lendas sobre a existência de "outras civilizações" que viveram aqui há milhares de anos. Uma das mais curiosas, foi encontrada em escavações arqueológicas no Peru. Em 1960, no meio do deserto peruano de Ocucaje, perto da cidade de Ica, foram encontrados artefatos de pedra de uma antiga e perdida civilização. Esses artefatos feitos em pedra, retirados da chamada "Biblioteca de Pedra" nos mostra cenas fantásticas de uma civilização com um alto nível cultural e técnico.

O artefato mais intrigante é o mapa-mundi de 10.000 anos de idade. Como uma civilização poderia ter mapeado todo o globo terrestre há milhares de anos? Pode-se ver sem o menor esforço, a América do Sul ligada à Antártica, o que mostra que o mapa foi feito durante a Era Glacial. Mas o ponto mais espetacular do mapa, é o aparecimento de um gigantesco continente, chamado MU, no meio do Pacífico.
Como uma civilização tão avançada assim poderia sumir sem deixar vestígios? Para muitos estudiosos, dentre eles o Dr. Javier Cabrera Darquera que é curador do museu que existe no local, não resta dúvida que essa civilização morava no continente MU e que no fim da Era Glacial, fora completamente engolido pelos mares.

Coincidência com o fato de Atlântida, segundo Platão, também ter sido engolida? Diante de tantos fatos curiosos, não é normal que se pense que esse mítico continente MU seja, em outra língua, o famoso Continente Atlântico, mesmo que no oceano errado?

Mas porque o mito de Atlântida é tão difundido? Porque um diálogo escrito por um filósofo grego há mais de 2000 anos conseguiu transpor os limites acadêmicos da filosofia, história e arqueologia e se tornou numa das lendas mais conhecidas de todos os tempos?

Essa pergunta é respondida com uma palavra: arte. Além de ter um conteúdo poético ou até utópico, Atlântida inspirou centenas de pintores, escritores e poetas em todo o mundo. Seduzidos pelo romantismo e vigor da história, não foi difícil para que a terra submersa se transformasse em musa para artistas do mundo todo.

Talvez a mais famosa referência sobre o mito de Atlântida nas artes, está no livro do escritor francês Julio Verne "20.000 Léguas Submarinas". No livro, o grande Cap. Nemo comandando o magnífico submarino Nautillus encontra a mitológica Atlântida e se põe a transformá-la em seu novo lar. Essa grandiosa obra de ficção científica, escrita no século passado, influenciou muito as gerações de jovens artistas, cientistas e historiadores que vieram depois. Vários arqueólogos de renome, dentre eles o alemão Heinrich Shiliemann também se dedicou à procura de Atlântida, ajudando a popularizar o mito.

Entretanto, o sucesso e a popularidade foi tão grande, que não tardou para que aquilo que só era âmbito da arqueologia e de história, fosse para o lado das pseudos-ciências.

Hoje existem centenas de ceitas e ramos "científicos" que consideram os "atlantes" como seres superiores e místicos. Não são poucos que consideram a própria Atlântida um lugar sagrado e que seus habitantes vivem até hoje nas profundezas dos mares graças aos seus poderes e habilidades secretas. Outra vertente, já acredita na origem extraterrena dos "atlantes". As respostas para vários fenômenos, dentre eles conhecido como "Fenômeno UFO" e o misterioso "Triângulo das Bermudas" tenham a mesma origem do Continente Submerso. Também não é descartada a ligação entre a Civilização Atlântida e o suposto "Mundo Interior".

Crenças religiosas e esotéricas a parte, é bastante comum hoje em dia, ligar novos mistérios à mistérios antigos da humanidade. Foram escritos até os nossos dias com boa aceitação quase 2.000 livros, sobre a existência de Atlântida baseados em interpretações de lendas e crônicas antigas.

Quem começou a preocupar-se seriamente sobre o fundo verdadeiro da Atlântida foi Heinrich Schliemann, o pai da arqueologia moderna.

Schliemann era sonhador, gênio lingüístico e comercial além de autodidata. Alemão de origem, aprendeu meia dúzia de línguas, cada uma no período de alguns meses com perfeição surpreendente. Isso aconteceu, por exemplo, no estudo da língua russa.

Schliemann nasceu em 1822, na Província de Mecklenburg ao norte da Alemanha. Com vinte e poucos anos ele já era representante de uma casa comercial denominada Schrtider, estabelecida em Amsterdã. Em conseqüência de seus conhecimentos perfeitos da língua russa, foi nomeado representante em São Petersburgo.

Pouco mais tarde fundou sua própria firma. Tornou-se, pela primeira vez milionário, pelo comércio de índigo, azeite e chá. Em 1856 aprendeu a língua grega antiga com um sacerdote grego de nome Teocletos Vimpos. Schliemann mudou alguns anos depois para a Califórnia, durante a corrida do ouro, tornando-se pela segunda vez milionário. Voltou em seguida para São Petersburgo e tornou-se, pela terceira vez, milionário como fornecedor de mantimentos ao exército russo, durante a guerra da Criméia. Nessa época casou-se, teve três filhos, mas logo se separou. Em 1869, escreveu de Nova York, onde se tornou cidadão dos Estados Unidos, ao seu antigo amigo Teocletos Vimpos, para que procurasse para ele uma grega jovem, inteligente, bonita, meiga e pobre, com vista a um segundo casamento. O amigo ofereceu a Schliemann uma série de propostas, depois de um anúncio num jornal de Atenas com descrições físicas, intelectuais e fotos. Mas Teocletos tinha em vista sua própria sobrinha "Sofia" de 18 anos (Schliemann tinha naquela ocasião 45 anos). Ela era bonita, inteligente e meiga. O casamento realizou-se rapidamente.

Schliemann em breve conseguiu falar o grego moderno, clássico e arcaico e Sofia, sua esposa, resolveu com este casamento a situação financeira desastrosa de sua família.

Schliemann leu e releu todas as histórias antigas dos historiadores, filósofos e escritores gregos. Logo realizou seu primeiro sonho: comprovar que a história de Ilíada de Homero não era uma mera lenda, mas uma realidade histórica. Depois de ter obtido do governo turco autorização para fazer escavações em Hissalik, na Ásia Menor, realizou sete campanhas de escavações de grande envergadura, comprovando assim a existência verdadeira de Tróia.
Por isso, Schliemann é denominado o pai da arqueologia moderna e admitia-se tudo o que ele dizia sobre outras informações históricas e pré-históricas, inclusive sobre Atlântida.

As escavações em Hissalik tiveram entretanto uma interrupção abrupta, quanto Heinrich e Sofia Schliemann encontraram o chamado tesouro de Príamo. Tratava-se de uma coleção de peças de ouro maciço. Burlando a vigília turca, não resistiram à tentação de apoderarem-se daquele achado de valor incalculável e embarcaram com o roubo para a Grécia. Tornaram-se então donos particulares do que pertencia legitimamente ao governo turco. Houve intervenção diplomática séria por parte da Turquia.

Assim Tróia ficou permanentemente proibida para os Schliemanns. Schliemann doou o tesouro mais tarde para o Museu de Berlim, cujos cientistas nunca deram muita atenção ao doador pelo simples fato de que ele não tinha carreira universitária. O tesouro de Príamo ficou assim, em Berlim até o fim da Segunda Guerra Mundial, quando desapareceu definitivamente.

A atividade de Schliemann concentrou-se em escavações na Grécia. Encontrou e escavou com êxito a cultura de Micenas, quis escavar Cnosos de Creta, mas o alto preço o desanimou. Cnosos foi escavada mais tarde pelo famoso arqueólogo Arthur Evans (1851-1911).

Schliemann morreu em 1890 em Nápoles, deixando, no entanto, notícias vagas sobre a existência de Atlântida, mas mudou do campo científico de comprovações reais na sua interpretação dos textos de Platão sobre Atlântida para o especulativo. Foi desta maneira que despertou um interesse fora do comum no mundo inteiro, especialmente nos meios pseudo-científicos.

Assim sendo, a Lenda de Atlândida continua fascinando a humanidade há milhares de anos. Verdade? Mito? Para muitos eruditos, pesquisadores, cientistas, esotéricos e românticos isso não importa. O importante é que os segredos e mistérios que mantemos mais escondidos, façam-nos buscar o conhecimento e viajar pela maravilhosa imaginação humana.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Proximo assunto: O Significado Oculto na Bandeira do Brasil.


A mais "templaria" das Bandeiras.'.

Lembre-se, Jamais o Sol Vê a Sombra!

Francisco Cunha Pereira Filho

A perda de um Grande Paranista e homem da Imprensa

Foi para o Oriente Eterno talvez o ultimo Paranista, um homem simples, dedicado ao trabalho a familia e ao jornalismo verdadeiro, diria que seu nome sempre estara no Hall dos Grande Paranaenses, junto com Cândido Lopes (jornal Dezenove de Dezembro),Romario Martins, David Carneiro, Zacarias de Goes e Vasconcellos, General Carneiro, Sebastião Paraná, Barão do Cerro Azul, esses sem duvida, formariam um grande \\\"Panteon dos Heróis Paranaenses\\\", cada um ao seu tempo, cada qual com as armas que dispunham.

---Pedro Donida---

sábado, 14 de março de 2009

ZOROTUSHTRA – ZARATHUSHTRA – ZARATUSTRA


Eu sou ZARATRUSTA, ensinei aos Arias da Bactriana, a repeir toda idolatria e a adotar o senhor oniciente, AHURA MAZDA, semelhante pelo corpo, à Luz e , pelo espirito, à Verdade. Em vão as potências da trevas e da mentira disptaram o mundo, as potencias da Luz e da Verdade; estas o levarao ao fim dos tempos. Teu dever é antecipar esse grande dia, secundando a obra de Ahura Mazda, por bons pensamentos, boas palavras e boas açoes. O guerreiro que por sua bravura repele os inimigos; o agricultor que faz germinar o trigo; aquele que constitue familia e da de vestir aos nús; aquele que destroe Ahriman nos animais daninhos, esses sao os que fazem progredir a lei de AHURA MAZDA mais doque se oferecessem mil sacrificios".

No decorrer do final do séc. VII e no início do séc. VI a.C. Zoroastro reformou a religião que os antigos Iranianos tinham herdado de seus antepassados Indo-Iranianos (cerca de 1500 a.C.). Ele viveu e ensinou entre as tribos seminômades do que é atualmente o nordeste do Irã, longe de todo o contato com a civilização das cidades da Babylonia e da parte ocidental do Irã.
A religião que ele pregou espalhou-se por todo o Irã e por outros países, e influenciou o desenvolvimento posterior do Judaísmo, do Cristianismo, e também o pensamento Grego e Islâmico. Os Parsis da Índia – persas que emigraram para a Índia, pressionados pelos muçulmanos - conservam viva, até hoje, a sua religião.

O PROFETA
Zoroastro é a forma Grega do nome Zarathustra no antigo idioma Iraniano. De acordo com a tradição Iraniana, ele viveu “258 anos antes da conquista da Pérsia por Alexandre Magno” em 330 a.C. Considerando que Zoroastro tinha 30 anos quando teve a sua primeira visão, considerando também que ele começou a sua pregação aos 40 anos e que ele converteu o Rei Hystaspes dois anos depois, pode-se determinar que Zoroastro viveu no período de 630 a 553 a.C.

Zoroastro reformou e sistematizou o antigo e tradicional politeísmo Iraniano, dando-lhe uma base ética e moral. Ele pregou não só a reforma religiosa como também a reforma das condições sociais que prevaleciam na época. Com freqüência denunciou a desorganização do nomadismo e lutou pela fixação do homem à terra, introduzindo a prática da agricultura.

Em sua pregação, Zoroastro foi bastante combatido pelos sacerdotes dos antigos cultos e seus seguidores, a quem ele acusou de seguidores do demônio. Embora não se conheça muito de sua vida, pode-se afirmar que Zoroastro foi uma figura histórica e não um mito criado pelas lendas populares. No Zend Avesta, de sua autoria, Zoroastro proclama uma nova filosofia de vida que reflete as esperanças e as dúvidas, os medos, os ódios e os triunfos de uma personalidade marcante.

Após a sua morte, apareceram várias lendas ligadas ao seu nome. Uma delas, por exemplo, dizia que a Natureza festejou o seu nascimento, enquanto que os demônios, que percorriam o mundo em forma humana, fugiram para debaixo da terra. Também se dizia que Zoroastro já nasceu rindo, além de ter falado com Ahura Mazda (o grande deus) e seus anjos, e de ter repudiado Ahriman (o demônio) que o tentou. Zoroastro foi o modelo para todos os sacerdotes e guerreiros, sendo também insuperável na medicina e em todas as artes. As principais fontes destas lendas são os textos Pahlavi, do séc. IX a.C. e as Seleções de Zatspram.

No Ocidente, também foi grande a reputação de Zoroastro, de quem se diz ter sido mestre de Pitágoras. Inúmeros foram os livros, escritos em grego, atribuídos a Zoroastro. Estes livros versavam sobre ciências naturais, astrologia e magia. Tanto os Judeus quanto os Cristãos identificaram Zoroastro com alguns de seus próprios profetas, incluindo Ezequiel e Baruch.

Durante toda a Idade Média ele foi conhecido na Europa apenas como mago. Foi somente no final do séc. XVIII que emergiu uma nova imagem de Zoroastro, devido à ação de estudiosos europeus, liderados por A.H. Anquetil-Duperron. No séc. XIX Nietzshe, visceral inimigo da Igreja Católica, em sua obra “Also sprach Zarathustra” (Assim falou Zaratustra), para atingir seus objetivos literários e filosóficos, mudou a doutrina de Zoroastro, mostrando-o não como um dos primeiros grandes moralistas, como efetivamente foi, mas como o primeiro dos imorais.

A RELIGIÃO À ÉPOCA DE ZOROASTRO
A religião Indo-Iraniana da época de Zoroastro era politeísta e bastante influenciada pelos Vedas da Índia. Mitra e Varuna eram alguns dos deuses adorados pela população, que era dividida em três classes: os governantes e sacerdotes, os guerreiros e o povo. E cada uma destas classes tinha os seus próprios deuses. A classe alta praticava rituais que incluíam o sacrifício de bois e a ingestão de uma bebida sagrada, feita com uma erva chamada soma e que provocava sensações de imortalidade e visões do Nirvana (esta bebida é bastante citada por Bertrand Russel na obra Admirável Mundo Novo).

Zoroastro rejeitou o culto de todos estes deuses, exceto um, Ahura Mazda que, em língua Parsi significa “Sábio Senhor”. Este deus já era cultuado na 3.época de Dario I (522-486 a.C.) A origem do demônio é explicada da seguinte maneira no sistema de Zoroastro: no inicio da Criação havia dois espíritos gêmeos, filhos de Ahura Mazda, que escolheram entre o bem e o mal. Um, Ormuzd, escolheu o bem; ele é associado à verdade, à justiça e à vida. O outro, Ahriman, a Mentira, escolheu o mal e é associado à destruição, à injustiça e à morte.

De acordo com Zoroastro o fim do mundo estaria próximo e somente os crentes renasceriam para uma nova vida imortal. Até que isto acontecesse as almas dos mortos atravessariam a “Ponte do Recompensador” de onde as almas boas seriam encaminhadas ao paraíso, e as más seriam enviadas ao inferno para se purificar pelo fogo, de modo a prepará-las para a Renovação Final do Mundo. Em relação aos rituais, Zoroastro condenava tanto os sacrifícios de sangue, (animais eram imolados, principalmente o boi) quanto o sacrifício da ingestão do soma. Ele manteve o sacrifício do fogo, que considerava o símbolo da Verdade e da Ordem. Após a morte de Zoroastro a sua religião expandiu-se vagarosamente para o sul, em direção ao que é agora o Afeganistão, e para o oeste, na direção dos Medas e dos Persas.

OS PRINCÍPIOS ÉTICOS E MORAIS DE ZOROASTRO
Zoroastro ao nascer, ao invés de chorar sorriu, de acordo com a lenda. Essa história traduz muito bem a sua visão positiva e alegre do mundo e de seu destino. O antigo sistema de pensamento de Zoroastro, com todos os seus desdobramentos filosóficos, políticos e religiosos, continua atual em seus desafios e em sua surpreendente abertura para a renovação. A busca de Zoroastro começou como a de muitos dos profetas de então e de agora. Chocado com as contradições da sociedade de sua época e decepcionado com as respostas dadas pelo meio pensante, ele decide fazer a sua própria descoberta. Contudo, a sua busca é diferente das dos outros, por não ter como desencadeante o problema da morte, mas o do estado de convivência social injusto de seu tempo.

É interessante notar, desde logo, que ele começou fazendo perguntas e terminou descobrindo algo que o ajudou a fazer mais perguntas ainda, sem necessariamente acompanhá-las com respectivas respostas. Zoroastro descobriu o que queria, não como uma revelação e nem como coisa privativa sua. Ele encontra o óbvio, o que está escrito nas páginas da vida e que pode ser lido por qualquer um. Ele é uma pessoa comum que, no esforço de seu intelecto e na sensibilidade de seu espírito, consegue ver que este é um mundo bom, criado por um Deus bom e destinado a um estado de alegria radiante.

Constatando isso, ele desenvolve uma proposta que tem tanto uma elaboração filosófica como conseqüências práticas para a vida. A grande questão, colocada para ser resolvida por todos os sistemas filosóficos e religiosos, o bem e o mal, para Zoroastro se resolve dentro da mente humana. O bom pensamento ou boa mente cria e organiza o mundo e a sociedade, o mau pensamento ou má mente faz o contrário. Cabe ao ser humano fazer uma escolha e ele tem o poder e a capacidade de fazê-la.
O Cosmo inteiro está a seu favor quando escolhe a boa mente, enquanto que a má mente isola e, portanto, angustia quem por ela opta. Essa escolha é feita no dia-a-dia da pessoa, em cada ação. Ninguém pode fazer uma opção definitiva, esse é um mecanismo dinâmico e progressivo. Essa escolha não desencadeia a salvação ou perdição de ninguém, porque ela é parte de um processo de aprendizagem contínuo, aberto e reformável de acordo com o contexto. Com o progresso de cada indivíduo também progride o mundo, e assim é acelerado o aperfeiçoamento do universo. O quadro só será completado quando todos tiverem chegado lá, quanto todos estiverem no mesmo nível de progresso.

É como numa orquestra; o concerto só é possível após cada instrumento estar afinado. Aliás, essa é a organização interna de todas as coisas em suas especificidades. A perfeita condição de cada parte garante o perfeito funcionamento do todo. Essa descoberta de Zoroastro levou a conclusões inusitadas e revolucionárias. Acenou com uma nova organização social e uma nova religião. A religião baseada no medo do mistério e no apaziguamento de suas forças através da magia e da expiação não fazia mais sentido. Ele descobrira a religião da alegria participativa. Admirada pelo do fato de ser parceira de Deus em seu projeto para a humanidade, através de um processo de livre escolha e de colaboração, a pessoa responde com o cultivo da Boa Mente, de Boas Palavras e de Boas Ações. Essa é a ética da responsabilidade.

Esse esforço, que inicialmente é individual e continuará a sê-lo, recebe, contudo o poder transformador de Deus, que traz em si todas as virtudes: justiça, retidão, cooperação, verdade, bondade etc. O poder transformador de Deus age no mundo em todos os setores e especialmente nas pessoas que lhe abrem a mente. Ele incentiva e capacita o ser humano à escolha e à prática do bem.

As pessoas que vão descobrindo a capacidade que têm de fazer essa opção vão se unindo na descoberta natural de que são parte de um todo magnífico, que se forma em parceria com Deus. Nesse sistema não há lugar de destaque a fé ou para a crença. Não é necessário crer; é preciso saber e agir de acordo com o que se sabe. Temos aqui, então, a religião do conhecimento. É a razão que se sobrepõe à fé e à emoção.

A visão de mundo de Zoroastro não coloca o ser humano como o centro, o motivo de ser do planeta. Ao contrário, uma das tarefas dadas pelo pensamento de Zoroastro é que o ser humano ache o seu lugar no mundo de forma harmoniosa, de modo a não desequilibrar o seu meio. Reverenciar e proteger a terra, a água, o ar e o fogo, além dos outros seres viventes, é uma preocupação constante que aparece no pensamento de Zoroastro. Não há diferença de raças ou de gênero em Zoroastro. O Deus descoberto por Zoroastro não é tribal e não tem um povo escolhido dentre os outros povos. Tanto o homem como a mulher pode tomar a liderança, mesmo nos ritos religiosos.

Talvez o que há de melhor em Zoroastro seja a abertura, quase desafio para se seguir adiante perguntando, descobrindo, mudando, e tudo isso, num movimento dinâmico de progresso. Nada está fechado numa ortodoxia oficial. Em seus cânticos ele faz 93 perguntas e as deixa sem respostas. Está ausente ali a arrogância de dono de uma verdade estática e acabada. E isso não traz insegurança e sofrimento, antes, a certeza de que o que importa está além e acima das idéias. A doutrina de Zoroastro ensina a emancipação e a autonomia do indivíduo. Só a partir disso se torna possível a descoberta do próximo como pessoa e, conseqüentemente, a criação da comunidade. Não há lugar nessa visão para qualquer anulação do ego. Ao contrário, o ego é reafirmado e colocado como base do encontro com o próximo. Se sadio e bem amado, o ego forte é poderoso na capacidade de doação e desprendimento.

A sociedade é para ser organizada dentro desses princípios de livre escolha, da boa mente e da busca do bem de todos os seres. Os líderes têm que ser escolhidos por serem justos e equilibrados. Zoroastro, apesar das dificuldades que enfrenta em seu tempo e que, também desencadeiam a sua busca, não vê o mundo como arruinado, do qual urge fugir e se possível salvar alguns. Antes, o mundo é uma obra em fase de construção, ao qual somos convidados a unir criativamente as nossas vidas. Essa visão de mundo provoca uma ética diferente da que dominou o mundo ocidental, que recorre à punição/recompensa como veículo principal de estímulo ou contenção.

A prática profunda desse pensamento na sociedade não teria criado um sistema judiciário com prisões. O ser humano não está contaminado pelo pecado, antes, pelo contrário, capacitado para escolher a boa mente e para construir um mundo diferente e melhor. Uma leitura de Zoroastro com essa abundância de negações não lhe faz justiça. O contexto judaico cristão onde estamos inseridos, porém, nos obriga a usar esses termos, pelo menos num primeiro momento.

Resgatado e atualizado, esse velho pensamento pode fornecer material para a ética que precisamos nesse nosso tempo. Ele é aberto, estimula o conhecimento e a pesquisa, é ecológico, inclusivo e pode ser também fonte de uma profunda e rica espiritualidade.

O PERÍODO SASSÂNIDA
Com o início de uma nova dinastia nacional Persa, os Sassânidas, em 224 d.C., a religião de Zoroastro foi oficializada no país. A sua hierarquia detinha considerável poder político, e as outras religiões (Cristianismo, Maniqueísmo e Budismo) foram perseguidas. O Avesta foi compilado, editado e traduzido com comentários explicativos, em Pahlavi, dialeto de uma região do centro da Pérsia. A esta tradução comentada chama-se Zend. Daí o nome Zend-Avesta, dado ao livro sagrado dos seguidores de Zoroastro.

As últimas obras do período Pahlavi informam que a religião de Zoroastro incorporou contribuições Gregas e Indus. As idéias gregas podem ser identificadas nos mitos cosmológicos; o mundo foi criado inicialmente no estado espiritual, uma espécie de Matéria Prima no sentido aristotélico; e a origem do mundo material é atribuída à condensação gradual do elemento sutil – a Luz – através de sucessivos estágios, começando pela Água, depois pela Terra e finalmente por todas as formas de matéria densa. Durante o período Sassânida prevaleceu no reino persa a doutrina de Mazda, ou mazdeismo.

PERÍODO PÓS-CONQUISTA MUÇULMANA
Sob o domínio árabe, a maior parte da população foi forçada a abraçar o Islam, mas a religião de Zoroastro foi tolerada até certo ponto, conseguindo sobreviver por mais trezentos anos. Entre os séc. IX e X da era cristã, a perseguição muçulmana levou os remanescentes do Zoroastrianismo a emigrar do Irã para a Índia, para a região de Bombaim, no Hindustão. Os descendentes destes Zoroastrianos foram os primeiros, na Índia, a receber a influência Européia, tornando-se os melhores colaboradores dos ingleses, que sucederam os portugueses no domínio do continente indiano.

No séc. XIX os remanescentes da religião de Zoroastro na Índia, chamados Parsis, retomaram o contato com os alguns remanescentes da mesma religião no Irã, os Gabars, formando atualmente as duas únicas comunidades praticantes do Zoroastrianismo.

A LITERATURA ZOROASTRIANA
Esta literatura divide-se em duas partes: o AVESTA, trabalho original escrito na antiga língua Iraniana chamada Avistak, e os textos escritos muito mais tarde, em língua Pahlavi ou Persa, dialeto da região central da Pérsia. A palavra Zend significa “interpretação” e é empregada para indicar a tradução e os comentários explicativos da maior parte do Avesta, existentes em língua Persa. Daí o nome Zend-Avesta - o Livro Sagrado da religião de Zoroastro.

A COSMOLOGIA
A Cosmologia de Zoroastro concebe a história do mundo como um grande drama dividido em quatro períodos de 3.000 anos cada um. Num passado de duração infinita existiu Ormuzd, que era a Luz, e Ahriman, que habitava a escuridão e as profundezas. Ao final dos primeiros 3.000 anos Ahriman atravessou o vácuo que os separava e atacou Ormuzd que, percebendo que a luta só teria fim se fosse realizada com regras finitas, fez um pacto com Ahriman, limitando a duração de sua luta. Ele então recitou a Ahuna Vairya, a oração mais sagrada dos seguidores de Zoroastro. Ahriman, apanhado de surpresa, caiu no abismo onde permaneceu por mais 3.000 anos, Durante este período Ormuzd fez a Criação dos seres, os espirituais em primeiro lugar, e em seguida a criação material correspondente – céu, água, terra, plantas. Em seguida, ofereceu às almas pré-existentes a escolha entre permanecer para sempre como energia pura, como espíritos, ou encarnar no mundo físico de modo a assegurar o seu triunfo sobre Ahriman; eles escolheram nascer e combater. Nesse meio tempo, Ahriman gerou seis demônios e uma criação material oposta à dos seres criados por Ormuzd.

No final do segundo período de 3.000 anos Ahriman, instigado pela Mulher Primordial, a Prostituta, atacou o céu e corrompeu a criação de Ormuzd. No terceiro período, Ahriman triunfa no mundo material, mas é incapaz de escapar dele. Enganado por Ormuzd, ele é sentenciado à sua própria destruição. O início do último período testemunha a chegada da religião na Terra e o nascimento de Zoroastro. O final de cada período de 3.000 anos é marcado pela vinda de um salvador, sucessor e filho póstumo de Zoroastro. O terceiro e último salvador, Saoshyans, realizará o julgamento final, dispensará a bebida da imortalidade – o soma - e será o porteiro do Novo Mundo, ou Paraíso. Serão então passados os quatro períodos de 3.000 anos.

De acordo com esta Cosmologia, tudo isto acontecerá ao final do último período, 3.000 anos após o nascimento de Zoroastro, isto é, daqui a 368 anos.
Os sistemas religiosos predominantes atualmente são o resultado de um sincretismo, de uma mistura de religiões antigas, em sua maioria já extintas. Saibamos extrair de cada uma delas o que de melhor têm ou tiveram.
O resumo nos mostrará que a Lei de Talião sempre destrói e que só o Amor constrói.


OBRAS CONSULTADAS
Os Grandes Livros Misteriosos - Guy Bechtel
Zoroaster - Ordem do Graal na Terra
A Doutrina Secreta – H.P.Blavatsky – Volume IV
Grande Dicionário de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan
O Livro de Ouro da Mitologia - Thomas Bulfinch


ANTÓNIO ROCHA FADISTA
M.'.I.'., Loja Cayrú 762 GOERJ / GOB - Brasil

Socrates, um pouco da vida desse Grande Homem.


A Vida
Quem valorizou a descoberta do homem feita pelos sofistas, orientando-a para os valores universais, segundo a via real do pensamento grego, foi Sócrates. Nasceu Sócrates em 470 ou 469 a.C., em Atenas, filho de Sofrônico, escultor, e de Fenáreta, parteira. Aprendeu a arte paterna, mas dedicou-se inteiramente à meditação e ao ensino filosófico, sem recompensa alguma, não obstante sua pobreza. Desempenhou alguns cargos políticos e foi sempre modelo irrepreensível de bom cidadão. Combateu a Potidéia, onde salvou a vida de Alcebíades e em Delium, onde carregou aos ombros a Xenofonte, gravemente ferido. Formou a sua instrução sobretudo através da reflexão pessoal, na moldura da alta cultura ateniense da época, em contato com o que de mais ilustre houve na cidade de Péricles.

Inteiramente absorvido pela sua vocação, não se deixou distrair pelas preocupações domésticas nem pelos interesses políticos. Quanto à família, podemos dizer que Sócrates não teve, por certo, uma mulher ideal na quérula Xantipa; mas também ela não teve um marido ideal no filósofo, ocupado com outros cuidados que não os domésticos.

Quanto à política, foi ele valoroso soldado e rígido magistrado. Mas, em geral, conservou-se afastado da vida pública e da política contemporânea, que contrastavam com o seu temperamento crítico e com o seu reto juízo. Julgava que devia servir a pátria conforme suas atitudes, vivendo justamente e formando cidadãos sábios, honestos, temperados - diversamente dos sofistas, que agiam para o próprio proveito e formavam grandes egoístas, capazes unicamente de se acometerem uns contra os outros e escravizar o próximo.

Entretanto, a liberdade de seus discursos, a feição austera de seu caráter, a sua atitude crítica, irônica e a conseqüente educação por ele ministrada, criaram descontentamento geral, hostilidade popular, inimizades pessoais, apesar de sua probidade. Diante da tirania popular, bem como de certos elementos racionários, aparecia Sócrates como chefe de uma aristocracia intelectual. Esse estado de ânimo hostil a Sócrates concretizou-se, tomou forma jurídica, na acusação movida contra ele por Mileto, Anito e Licon: de corromper a mocidade e negar os deuses da pátria introduzindo outros. Sócrates desdenhou defender-se diante dos juizes e da justiça humana, humilhando-se e desculpando-se mais ou menos. Tinha ele diante dos olhos da alma não uma solução empírica para a vida terrena, e sim o juízo eterno da razão, para a imortalidade. E preferiu a morte. Declarado culpado por uma pequena minoria, assentou-se com indômita fortaleza de ânimo diante do tribunal, que o condenou à pena capital com o voto da maioria.

Tendo que esperar mais de um mês a morte no cárcere - pois uma lei vedava as execuções capitais durante a viagem votiva de um navio a Delos - o discípulo Criton preparou e propôs a fuga ao Mestre. Sócrates, porém, recusou, declarando não querer absolutamente desobedecer às leis da pátria. E passou o tempo preparando-se para o passo extremo em palestras espirituais com os amigos. Especialmente famoso é o diálogo sobre a imortalidade da alma - que se teria realizado pouco antes da morte e foi descrito por Platão no Fédon com arte incomparável. Suas últimas palavras dirigidas aos discípulos, depois de ter sorvido tranqüilamente a cicuta, foram: "Devemos um galo a Esculápio". É que o deus da medicina tinha-o livrado do mal da vida com o dom da morte. Morreu Sócrates em 399 a.C. com 71 anos de idade.

Método de Sócrates
É a parte polêmica. Insistindo no perpétuo fluxo das coisas e na variabilidade extrema das impressões sensitivas determinadas pelos indivíduos que de contínuo se transformam, concluíram os sofistas pela impossibilidade absoluta e objetiva do saber. Sócrates restabelece-lhe a possibilidade, determinando o verdadeiro objeto da ciência.

O objeto da ciência não é o sensível, o particular, o indivíduo que passa; é o inteligível, oconceitoque se exprime pela definição. Este conceito ou idéia geral obtém-se por um processo dialético por ele chamado indução e que consiste em comparar vários indivíduos da mesma espécie, eliminar-lhes as diferenças individuais, as qualidades mutáveis e reter-lhes o elemento comum, estável, permanente, a natureza, a essência da coisa. Por onde se vê que a indução socrática não tem o caráter demonstrativo do moderno processo lógico, que vai do fenômeno à lei, mas é um meio de generalização, que remonta do indivíduo à noção universal.

Praticamente, na exposição polêmica e didática destas idéias, Sócrates adotava sempre o diálogo, que revestia uma dúplice forma, conforme se tratava de um adversário a confutar ou de um discípulo a instruir. No primeiro caso, assumia humildemente a atitude de quem aprende e ia multiplicando as perguntas até colher o adversário presunçoso em evidente contradição e constrangê-lo à confissão humilhante de sua ignorância. É a ironiasocrática. No segundo caso, tratando-se de um discípulo (e era muitas vezes o próprio adversário vencido), multiplicava ainda as perguntas, dirigindo-as agora ao fim de obter, por indução dos casos particulares e concretos, um conceito, uma definição geral do objeto em questão. A este processo pedagógico, em memória da profissão materna, denominava ele maiêutica ou engenhosa obstetrícia do espírito, que facilitava a parturição das idéias.

Doutrinas Filosóficas
A introspecção é o característico da filosofia de Sócrates. E exprime-se no famoso lema conhece-te a ti mesmo - isto é, torna-te consciente de tua ignorância - como sendo o ápice da sabedoria, que é o desejo da ciência mediante a virtude. E alcançava em Sócrates intensidade e profundidade tais, que se concretizava, se personificava na voz interior divina do gênio ou demônio.

Como é sabido, Sócrates não deixou nada escrito. As notícias que temos de sua vida e de seu pensamento, devemo-las especialmente aos seus dois discípulos Xenofonte e Platão, de feição intelectual muito diferente. Xenofonte, autor de Anábase, em seus Ditos Memoráveis, legou-nos de preferência o aspecto prático e moral da doutrina do mestre. Xenofonte, de estilo simples e harmonioso, mas sem profundidade, não obstante a sua devoção para com o mestre e a exatidão das notícias, não entendeu o pensamento filosófico de Sócrates, sendo mais um homem de ação do que um pensador. Platão, pelo contrário, foi filósofo grande demais para nos dar o preciso retrato histórico de Sócrates; nem sempre é fácil discernir o fundo socrático das especulações acrescentadas por ele. Seja como for, cabe-lhe a glória e o privilégio de ter sido o grande historiador do pensamento de Sócrates, bem como o seu biógrafo genial. Com efeito, pode-se dizer que Sócrates é o protagonista de todas as obras platônicas embora Platão conhecesse Sócrates já com mais de sessenta anos de idade.

"Conhece-te a ti mesmo" - o lema em que Sócrates cifra toda a sua vida de sábio. O perfeito conhecimento do homem é o objetivo de todas as suas especulações e a moral, o centro para o qual convergem todas as partes da filosofia. A psicologia serve-lhe de preâmbulo, a teodicéia de estímulo à virtude e de natural complemento da ética.

Em psicologia, Sócrates professa a espiritualidade e imortalidade da alma, distingue as duas ordens de conhecimento, sensitivo e intelectual, mas não define o livre arbítrio, identificando a vontade com a inteligência.

Em teodicéia, estabelece a existência de Deus: a) com o argumento teológico, formulando claramente o princípio: tudo o que é adaptado a um fim é efeito de uma inteligência; b) com o argumento, apenas esboçado, da causa eficiente: se o homem é inteligente, também inteligente deve ser a causa que o produziu; c) com o argumento moral: a lei natural supõe um ser superior ao homem, um legislador, que a promulgou e sancionou. Deus não só existe, mas é também Providência, governa o mundo com sabedoria e o homem pode propiciá-lo com sacrifícios e orações. Apesar destas doutrinas elevadas, Sócrates aceita em muitos pontos os preconceitos da mitologia corrente que ele aspira reformar.

Moral. É a parte culminante da sua filosofia. Sócrates ensina a bem pensar para bem viver. O meio único de alcançar a felicidade ou semelhança com Deus, fim supremo do homem, é a prática da virtude. A virtude adquiri-se com a sabedoria ou, antes, com ela se identifica. Esta doutrina, uma das mais características da moral socrática, é conseqüência natural do erro psicológico de não distinguir a vontade da inteligência. Conclusão: grandeza moral e penetração especulativa, virtude e ciência, ignorância e vício são sinônimos.

"Se músico é o que sabe música, pedreiro o que sabe edificar, justo será o que sabe a justiça".

Sócrates reconhece também, acima das leis mutáveis e escritas, a existência de uma lei natural - independente do arbítrio humano, universal, fonte primordial de todo direito positivo, expressão da vontade divina promulgada pela voz interna da consciência.
Sublime nos lineamentos gerais de sua ética, Sócrates, em prática, sugere quase sempre a utilidade como motivo e estímulo da virtude. Esta feição utilitarista empana-lhe a beleza moral do sistema.

Gnosiologia
O interesse filosófico de Sócrates volta-se para o mundo humano, espiritual, com finalidades práticas, morais. Como os sofistas, ele é cético a respeito da cosmologia e, em geral, a respeito da metafísica; trata-se, porém, de um ceticismo de fato, não de direito, dada a sua revalidação da ciência. A única ciência possível e útil é a ciência da prática, mas dirigida para os valores universais, não particulares. Vale dizer que o agir humano - bem como o conhecer humano - se baseia em normas objetivas e transcendentes à experiência. O fim da filosofia é a moral; no entanto, para realizar o próprio fim, é mister conhecê-lo; para construir uma ética é necessário uma teoria; no dizer de Sócrates, a gnosiologia deve preceder logicamente a moral. Mas, se o fim da filosofia é prático, o prático depende, por sua vez, totalmente, do teorético, no sentido de que o homem tanto opera quanto conhece: virtuoso é o sábio, malvado, o ignorante. O moralismo socrático é equilibrado pelo mais radical intelectualismo, racionalismo, que está contra todo voluntarismo, sentimentalismo, pragmatismo, ativismo.

A filosofia socrática, portanto, limita-se à gnosiologia e à ética, sem metafísica. A gnosiologia de Sócrates, que se concretizava no seu ensinamento dialógico, donde é preciso extraí-la, pode-se esquematicamente resumir nestes pontos fundamentais: ironia, maiêutica, introspecção, ignorância, indução, definição. Antes de tudo, cumpre desembaraçar o espírito dos conhecimentos errados, dos preconceitos, opiniões; este é o momento da ironia, isto é, da crítica. Sócrates, de par com os sofistas, ainda que com finalidade diversa, reivindica a independência da autoridade e da tradição, a favor da reflexão livre e da convicção racional. A seguir será possível realizar o conhecimento verdadeiro, a ciência, mediante a razão. Isto quer dizer que a instrução não deve consistir na imposição extrínseca de uma doutrina ao discente, mas o mestre deve tirá-la da mente do discípulo, pela razão imanente e constitutiva do espírito humano, a qual é um valor universal. É a famosa maiêutica de Sócrates, que declara auxiliar os partos do espírito, como sua mãe auxiliava os partos do corpo.

Esta interioridade do saber, esta intimidade da ciência - que não é absolutamente subjetivista, mas é a certeza objetiva da própria razão - patenteiam-se no famoso dito socrático"conhece-te a ti mesmo" que, no pensamento de Sócrates, significa precisamente consciência racional de si mesmo, para organizar racionalmente a própria vida. Entretanto, consciência de si mesmo quer dizer, antes de tudo, consciência da própria ignorância inicial e, portanto, necessidade de superá-la pela aquisição da ciência. Esta ignorância não é, por conseguinte, ceticismo sistemático, mas apenas metódico, um poderoso impulso para o saber, embora o pensamento socrático fique, de fato, no agnosticismo filosófico por falta de uma metafísica, pois, Sócrates achou apenas a forma conceptual da ciência, não o seu conteúdo.

O procedimento lógico para realizar o conhecimento verdadeiro, científico, conceptual é, antes de tudo, a indução: isto é, remontar do particular ao universal, da opinião à ciência, da experiência ao conceito. Este conceito é, depois, determinado precisamente mediante a definição, representando o ideal e a conclusão do processo gnosiológico socrático, e nos dá a essência da realidade.

A Moral
Como Sócrates é o fundador da ciência em geral, mediante a doutrina do conceito, assim é o fundador, em particular da ciência moral, mediante a doutrina de que eticidade significa racionalidade, ação racional. Virtude é inteligência, razão, ciência, não sentimento, rotina, costume, tradição, lei positiva, opinião comum. Tudo isto tem que ser criticado, superado, subindo até à razão, não descendo até à animalidade - como ensinavam os sofistas. É sabido que Sócrates levava a importância da razão para a ação moral até àquele intelectualismo que, identificando conhecimento e virtude - bem como ignorância e vício - tornava impossível o livre arbítrio. Entretanto, como a gnosiologia socrática carece de uma especificação lógica, precisa - afora a teoria geral de que a ciência está nos conceitos - assim a ética socrática carece de um conteúdo racional, pela ausência de uma metafísica. Se o fim do homem for o bem - realizando-se o bem mediante a virtude, e a virtude mediante o conhecimento - Sócrates não sabe, nem pode precisar este bem, esta felicidade, precisamente porque lhe falta uma metafísica. Traçou, todavia, o itinerário, que será percorrido por Platão e acabado, enfim, por Aristóteles. Estes dois filósofos, partindo dos pressupostos socráticos, desenvolverão uma gnosiologia acabada, uma grande metafísica e, logo, uma moral.

Escolas Socráticas Menores
A reforma socrática atingiu os alicerces da filosofia. A doutrina do conceito determina para sempre o verdadeiro objeto da ciência: a indução dialética reforma o método filosófico; a ética une pela primeira vez e com laços indissolúveis a ciência dos costumes à filosofia especulativa. Não é, pois, de admirar que um homem, já aureolado pela austera grandeza moral de sua vida, tenha, pela novidade de suas idéias, exercido sobre os contemporâneos tamanha influência. Entre os seus numerosos discípulos, além de simples amadores, como Alcibíades e Eurípedes, além dos vulgarizadores da sua moral (socratici viri), como Xenofonte, havia verdadeiros filósofos que se formaram com os seus ensinamentos. Dentre estes, alguns, saídos das escolas anteriores não lograram assimilar toda a doutrina do mestre; desenvolveram exageradamente algumas de suas partes com detrimento do conjunto.

Sócrates não elaborou um sistema filosófico acabado, nem deixou algo de escrito; no entanto, descobriu o método e fundou uma grande escola. Por isso, dele depende, direta ou indiretamente, toda a especulação grega que se seguiu, a qual, mediante o pensamento socrático, valoriza o pensamento dos pré-socráticos desenvolvendo-o em sistemas vários e originais. Isto aparece imediatamente nas escolas socráticas. Estas - mesmo diferenciando-se bastante entre si - concordam todas pelo menos na característica doutrina socrática de que o maior bem do homem é a sabedoria. A escola socrática maior é a platônica; representa o desenvolvimento lógico do elemento central do pensamento socrático - o conceito - juntamente com o elemento vital do pensamento precedente, e culmina em Aristóteles, o vértice e a conclusão da grande metafísica grega. Fora desta escola começa a decadência e desenvolver-se-ão as escolas socráticas menores.

São fundadores das escolas socráticas menores, das quais as mais conhecidas são:

1. A escola de Megara, fundada por Euclides (449-369), que tentou uma conciliação da nova ética com a metafísica dos eleatas e abusou dos processos dialéticos de Zenão.

2. A escola cínica, fundada por Antístenes (n. c. 445), que, exagerando a doutrina socrática do desapego das coisas exteriores, degenerou, por último, em verdadeiro desprezo das conveniências sociais. São bem conhecidas as excentricidades de Diógenes.

3. A escola cirenaica ou hedonista, fundada por Aristipo, (n. c. 425) que desenvolveu o utilitarismo do mestre em hedonismo ou moral do prazer. Estas escolas, que, durante o segundo período, dominado pelas altas especulações de Platão e Aristóteles , verdadeiros continuadores da tradição socrática, vegetaram na penumbra, mais tarde recresceram transformadas ou degeneradas em outras seitas filosóficas. Dentre os herdeiros de Sócrates, porém, o herdeiro genuíno de suas idéias, o seu mais ilustre continuador foi o sublime Platão.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Um teste rapido; quem se habilita?

*Um pastor disse para outro: "Dê um de seus carneiros que ficamos com igual número de carneiros." O outro responde:
"Nada disso, dê-me um de seus carneiros que ficarei com o dobro dos seus carneiros". Quantos carneiros têm cada um?

Pitágoras e o Pitagorismo



Se há um pensador que teve enorme influência no pensamento ocidental antigo e prossegue nos dias atuais, esse é Pitágoras. Classifica-se entre os pré-socráticos, logo em seguida aos jônios ou milésios, que têm como expoentes as figuras Tales de Mileto e Anaximandro, entre os fins do século VII A.C.

Pitágoras nasceu em Samos lá pelo século V a.C., tendo como pai um comerciante, cujo nome ignora-se, mas sua mãe foi Pártenis. Consta que o jovem casal fora ao oráculo de Delfos para saber o futuro do filho ao nascer e a pitonisa prometera-lhes: "Um filho que seria útil a todos os homens e em todos os tempos". Segundo o oráculo, os pais levaram o filho para ser batizado, já com um ano de idade ao Vale de Sidon. Ao ver o menino, disse-lhes o hierofonte de Adonai: "Oh mulher jônia, o teu filho será grande pela sabedoria, mas lembra-te de que, os gregos ainda possuem a ciência dos deuses, a ciência de Deus, só se encontra no Egito".
Dedicaram-se com esmero à educação do filho. Aos dezoito anos já adquirira os conhecimentos de Hermódamas de Samos; aos vinte os de Ferecides de Sírios, bem como os de Tales e Anaximandro de Mileto. Dizem que viajou pelo Egito, Babilônia e Índia. Zeler pensa que tudo é fantasia dos pósteros, mas Chaignet entende que a viagem ao Egito não se pode pôr em dúvidas. Edouard Schuré, na obra "Os Grandes Iniciados", confirma a presença de Pitágoras entre os Egípcios e Babilônios. Até dá uma explicação muito plausível para isso. Na mesma época da ausência do filósofo de Samos, houve a invasão do Egito pelas hordas de Cambises. Pitágoras, que convivia com os sacerdotes egípcios, com eles fora levado à Babilônia. Lá, segundo Schrá, travou conhecimentos com a civilização caldaica, com os ensinamentos de Zoroastro, dos magos persas e da elite judaica, então sob domínio persa.

Essas peregrinações do mestre duraram trinta e dois anos, quando regressou a Samos, sua terra natal. Em Delfos travou contato com a pitonisa Teocléia, a qual imediatamente nele descobriu um iluminado, com sabedoria maior do que a de todos os homens. Embarcou de Samos para Sibaris, de onde partiu à pé até Crótona, na Magna Grácia. Lá fundou sua escola e difundiu a seus alunos os seus ensinamentos. Casou-se aos sessenta anos com Teano e teve os filhos Arimnesto e Télanges e a filha Damo. Instigados por um certo Cílo, que não fora admitido entre os alunos do mestre, os ciclonianos massacraram os pitagóricos. Para uns, faleceu Pitágoras nesse massacre aos noventa anos; para outros, ele escapou e morreu tranqüilamente em idade avançadíssima na cidade de Metaponto.

Até aqui falamos do homem. Agora deveremos traçar com linhas muito sucintas o pitagorismo Os iniciados não tinham, a princípio, contato com o mestre, que ficava atrás de uma cortina, limitando-se a ouvir (acumásticos). Só passados três anos, começava a ensinar matemática. Pitágoras foi a primeira pessoa que definiu a filosofia, como amigo do saber. Dominou todos os conhecimentos humanos. Fantástico, descobridor de que os pitagóricos diziam que a terra girava em torno de um centro de fogo (sol), e de que os dias e noites eram o produto da revolução sobre si mesma, fato muitos séculos posteriores confirmados por Galileu.

Dizia Pitágoras que tudo são números. O um representava o Uno, a unidade, o número perfeito, ou seja, Deus. Para nós, a numeração significa uma sucessão enquanto, aos pitagóricos, por exemplo, o número um correspondia ao círculo, por isso, o número oito era o produto desse círculo dividido em oito partes iguais. Descobriram que a soma dos números ímpares sempre será um quadrado. Quem quiser confrontar, verá que invariavelmente a soma dos números ímpares resultará número quadrado.

Para Pitágoras, na música estava inserto o número, isto é, o compasso. Afirmava que a harmonia do Cosmos, com os seus astros a girar, formava a sinfonia das esferas. A influência do pitagorismo pode-se descobrir nos templos gregos, que são uma verdadeira música petrificada. Eis que, os intervalos que separam as colunas do Pártenon e Propilenes, têm números rigorosamente dentro das escalas pitagóricas.

Descobriram o triângulo sagrado, que mede 3 a 4 dos lados e hipotenusa 5, ou seja, a propriedade dos triângulos retângulos de terem na hipotenusa ao quadrado o mesmo resultado da soma dos quadrados dos catetos. Sobre números, fiquemos onde estamos.

Pitágoras dizia relembrar-se de todas as vidas pretéritas pelas quais teria passado a sua alma (a metempsicose). Qual seja: a alma é imortal, deixa um corpo e ingressa em outro. Afirmava que participou da guerra de Tróia e, ao visitar o Templo da Juno, na cidade de Argos, ali estava um escudo. Logo que o viu recordou-se de tê-lo usado no seu braço esquerdo. Cita Ovídio, nas Metamorfoses, quanto a Pitágoras, estas palavras: "O sopro vital erra de cá para lá e ocupa o corpo que lhe apraz: passa do corpo dos animais para o do homem e de nosso corpo passa para os animais sem nada perder. Tudo se transforma, nada se perde"

Mais de vinte séculos depois, o físico Lavoisier lança o seu princípio de que "nada se destrói, tudo se transforma". Em razão dessa possibilidade de imigração das almas dos homens aos animais, os pitagóricos não comiam carne. Platão usa o estudo da imortalidade da alma em dois de seus célebres diálogos: Timeu e Mênon. Neste último, diz-se como fizera Pitágoras de que a virtude poderá ser ensinada.

A doutrina pitagórica era ensinada em templos. Vestiam os pitagóricos túnicas brancas com uma faixa dourada na cabeça. Viviam com os bens em comum e eram muito respeitados em Crótona pelas suas virtudes e comportamento. Chamavam-se os esotéricos (os de dentro), contrapondo-se aos exotéricos (os de fora).

Para alguns, somente Arquipo e Lysis sobreviveram ao massacre do templo; para outros, igualmente Pitágoras. A ordem com outro sistema de funcionamento viveu por mais duzentos e cinqüenta anos. Mas as idéias e as tradições do mestre perduram até nossos dias.

Os ensinamentos de Pitágoras chegaram até nós através de Filolau e Éurito, ambos de Crótona, sul da Grande Grécia. Após a destruição do templo, os manuscritos de Pitágoras, todos escritos cifrados, restaram à sua filha Damo que, apesar de sua grande miséria, não os vende por preço algum. Chegaram até Filolau, e, segundo consta, este vendeu-os a Dion, filho de Dionísio, o antigo, de Siracusa. Quem leu a carta VII, de Platão, sabe que o filósofo grego fora receptor de Dionísio, destarte, deve ter nessa ocasião conhecido os manuscritos e para alguns até tê-los comprado, porque os ensinamentos pitagóricos estão muito claros nos diálogos Timeu e Ménom. De um modo muito resumido estão traduzidos a pessoa de Pitágoras e o pitagorismo. Alguns aforismos pitagóricos para os colecionadores:

"Ajuda teus semelhantes a levantar sua carga, mas não a carregues".

"O que fala semeia; o que escuta, colhe".

"Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de tudo e de tudo fazer bem".

"Pensem o que quiserem de ti, faze aquilo que te parece justo".

"Educai as crianças e não será preciso punir os homens".

(João Tavares de Lima)

O que é uma Loja?


Para os maçons a palavra “Loja” significa um grupo de maçons, que regularmente se reúne em algum local para as suas sessões normais. A Loja é a menor unidade orgânica da ordem Maçônica. Todo e qualquer maçom, no gozo de sua condição de regularidade, é necessariamente membro de uma Loja Maçônica. Esta, por sua vez, deve obediência a alguma Potência Maçônica, ou seja, é da jurisdição desta última.

O local onde os maçons se reúnem é normalmente chamado de “templo”. Esta denominação está muito ligada aos símbolos empregados pela maçonaria para transmitir seus ensinos. Um desses símbolos é o Templo de Salomão, muito importante em todos os ensinamentos maçônicos. Os templos maçônicos consagram símbolos e conceitos arquitetônicos do Templo de Salomão em seu interior.

O termo “loja” , para alguns resulta da transliteração do equivalente inglês “lodge” que significa local de encontro ou alojamento. Segundo essa interpretação, o termo vem da estrutura que os maçons da Idade Média constituíam junto às construções das catedrais para realizar suas reuniões e tempo de maior permanência

A Democracia e os Contestadores


---contribuição Ir.'.Dagoberto Delmar Pinto.---


"O Valor da Crítica"
Viva, portanto, a crítica construtiva! Vivam os maçons independentes e críticos que mantêm a Ordem sempre desperta! No dia em que esses homens tornarem-se emudecidos pela acomodação, ou, o que é pior, deixarem a Ordem, como desejam alguns despotazinhos, avessos às democráticas atitudes contestatórias, ela se tornará, apenas, um corpo robotizado, sujeito ao tacão de algum chefe de tribo, que reinará, absoluto, sobre um séquito de aduladores rastejantes.

Isto não é, absolutamente, uma crítica; é uma simples constatação.

José Castellani
Dezembro - 1983

segunda-feira, 9 de março de 2009

O Oriente e o Judaismo:.


Na região do atual Iraque, havia uma cidade chamada UR. Ali vivia um homem piedoso chamado Abrão, que por ordem de Deus, assim está escrito na Bíblia, abandonou a sua terra e se dirige à Canaã, atual Palestina.

De UR a Palestina, em linha reta são aproximadamente 1.500 km. Abrão não foi em linha reta, pois é um areial imenso. Um deserto só. Teriam morrido de fome e sede no caminho. Abrão fez uma elipse: subiu pelos rios Tigre e Eufrates e desceu pelo rio Jordão. Abrão, já com mais de 90 anos, saiu de UR com a esposa Sara, parentes, uma centenas de servos e escravos e levou animais domésticos. O camelo na época ainda não estava domesticado. O que aconteceu no século III da nossa era.

Deus prometeu que ele seria pai de uma imensa nação, de um grande povo, o povo Hebreu. Foi a assim que nasceu o judaísmo.

Os nomes: Heber foi o avô de Abrão. Daí veio os Hebreus.

Jacó que lutou com o anjo de Deus, e foi ferido, teve seu nome mudado para Israel. (Israel quer dizer, aquele que luta com Deus). No cativeiro do Egito os descendentes de Jacó, foram chamados de Israelitas.
Também é da tradição judaica o ensinamento que é a formação do nome através das iniciais (em hebraico) dos patriarcas do povo hebreu: Isaac e Jacó ("י"), Sara ("ש"), Raquel ("ר"), Abraão ("א"), Léia ("ל").
O primeiro registro histórico da palavra "Israel" vem de uma estela egípcia documentando campanhas militares em Canaã. Apesar disso, esta estela se refere a um povo (o determinativo para 'país' estava ausente) é datado a aproximadamente 1211 a.C.
Os israelitas, habitantes de Judá, foram como escravos para o cativeiro da Babilônia, e receberam o nome de Judeus.

O judeu é o único povo da Bíblia, que conserva a origem, costumes e tradição. Os demais povos se diluíram no caminho da humanidade. Para alguém ser considerado judeu deve ter nascido de mulher judia.

O judeu sempre dá a denominação de origem. Assim temos: judeu russo, judeu alemão, judeu americano, judeu brasileiro. . . .

Desde a antiguidade, o oriente é um referencial. Nós usamos a palavra “orientar”. Isso porque todos os povos primitivos impressionaram-se com o desaparecer do sol e, ansiosamente, esperavam o seu retorno que se dava ao horizonte leste, ou seja no oriente.

Esta direção passou a ser conhecida como lugar onde nasce o sol, a luz. Antigamente os cristãos costumavam rezar voltados para Belém, para o oriente, onde nasceu Jesus. Construíram templos, cujo altar era posicionado nesta direção. Assim os muçulmanos, ainda hoje, rezam voltados para Meca, para o oriente. Ambos oram e rezam nesta direção, em busca da sua “Luz”. Não há sombra de dúvidas quanto o Oriente é rico em cultura e expressões do sagrado.

Para as religiões de matriz oriental, o homem, o mundo e a divindade constituem uma grande rede de energia. A pessoa deve procurar entrar em sintonia com Deus, e se encontrar com Ele.

No Gênesis 1,1-2 é descrição da criação do mundo em seis dias e no sétimo como o dia de repouso, de bênção e de santificação. Esta alternância de seis dias de trabalho e um de repouso parece que pode ser uma invenção do povo de Israel (existem outras teorias), já durante o período da monarquia. Os israelitas, habituados a esse ritmo de vida, continuaram a vivê-lo no exílio na Babilônia. Neste país, no entanto, reinava um outro ritmo de trabalho e de repouso. Os exilados, porém, impuseram aos babilônios seu ritmo de vida. Por isso, aos sábados interrompiam seus trabalhos e faziam greve. Esta suspensão dos trabalhos aos sábados recebeu uma fundamentação teológica: o Deus Criador dos israelitas trabalha seis dias e o sétimo dia é dia de repouso, de bênção e de santificação.

O povo judeu foi o primeiro a dar ao mundo princípios de higiene: lavar as mãos antes das refeições. Vejamos: Mc 7, 2 – “ De fato, os fariseus, bem como todos os judeus, não comem sem ter lavado cuidadosamente as mãos, por apego à tradição dos antigos”.




Maria Clara Luchetti Bingemer -- Teóloga da PUC-Rio, diz:

“A profecia hebraica é o elemento que diferencia a religião israelita das outras religiões contemporâneas.

É também aquilo que deu a Israel uma perenidade e uma capacidade de sobrevivência que as outras religiões não possuíam.

Os profetas de Israel pertencem à categoria dos “portadores de palavra”. Entre os povos e religiões vizinhos a Israel são encontrados homens com atividade semelhante à deles. Mas em Israel os profetas se distinguem pelo conteúdo de sua mensagem. Lá são considerados a “boca falante de Deus no mundo”, falam em nome do ÚNICO DEUS a um povo eleito, com quem Deus fez aliança de amor.

Os profetas não são chefes políticos revolucionários, nem ideólogos de partidos. Dirigem-se a um povo para falar-lhe em nome de Deus”.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Sabedoria

Colaboração Ir.'.Américo Pereira Manso


Dizem que a idade de uma árvore conta-se pelas marcas que vão se formando no tronco.
Conosco não é bem assim. Há pequenos com muito mais marcas na alma
que adultos, por que a vida não lhes ofereceu presentes.
Há idosos que atravessam os anos e partem, sem que tenham tirado da vida os ensinamentos que ela ofereceu.

Uma pessoa que vive muito não é aquela que chega a uma idade avançada, mas a
que aproveita as experiências da vida para seu aprendizado e vai tirando o
melhor de cada coisa que encontra pela frente.

A sabedoria não está nas rugas da pele, nem nos cabelos brancos, nem nos anos que passam.
Ela não está também nos conhecimentos que já possuímos, mas na
sede dos mesmos. Muitas vezes pensamos que sabemos alguma coisa e na realidade não sabemos
muito, pois olhamos tudo de maneira superficial, sem ir a fundo, sem ver o outro lado.

A nós.

Não importa a nossa idade, nem nossa condição, estamos aprendendo a cada instante.
Os sábios nutrem-se desses aprendizados, colocam-os em prática, fazem
uso deles e os repassam. Outros apenas engolem quente, depressa demais, sem sentir o sabor.
Isso diferencia muito umas pessoas das outras.

Só o sábio busca compreender, aceita o não, aceita estar errado, pede perdão, perdoa, deixa-se
de lado um pouco para ver o lado do outro, mesmo que isso lhe exija sacrifício.


"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.!
(saint Exupery)


Colaboração Ir.'.Américo Pereira Manso

quinta-feira, 5 de março de 2009

Deputados lembram centerario de nascimento de :.Divonsir Borba Côrtes.'. M.'.M.'.



Os Deputados Estaduais do Paraná e Federais de Brasília lembraram nesta segunda-feira, dia 9, o centenário de nascimento de Divonsir Borba Côrtes, falecido em 18 de Dezembro de 1985.

Divonsir Borba Côrtes foi eleito deputado estadual na legislatura de 1950/1954, foi 1º Secretário e Vice presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, tendo desenvolvido intensa atividade parlamentar a nível estadual e federal. Também representou o estado na Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro, antiga capital federal, na legislatura de 1954/1958, tendo ocupado a 1ª. Secretaria da Câmara dos Deputados,função que já tinha sido exercida anteriormente por outro paranaense, Bento Munhoz da Rocha Neto e a pouco pelo Dep. Osmar Seraglio, sendo esses três homens Paranaenses os que ocuparam os maiores cargos na Camara federal. Tendo Divonsir por varias veses assumido a Presidência Da Câmara.

Em sua biografia, consta ainda que Borba Côrtes representou o Parlamento brasileiro em Londres, no Congresso Pró Governo Mundial, realizado em 1955, no qual teve atuação elogiada pela imprensa londrina. e foi líder do PTB na Câmara, e Fundador do PTB no Paraná, sendo tambem no Paraná ,o braço direito de Getúlio Vargas, e com grande contribuição no governo de JK, inclusive na construção de Brasília.
Na Câmara dos Deputados foi um incansável defensor da cafeicultura do Paraná, sendo que os anais da Câmara registram inúmeros pronunciamentos seus em Plenário. Como candidato a deputado federal pelo PTB obteve expressiva votação, sendo o terceiro mais votado no Estado do Paraná. “Ele também honrou seu mandato através de uma atuação firme e corajosa em prol do Paraná”.

Borba Côrtes também foi um defensor ardoroso da criação da Petrobras, e durante muitos anos foi um jornalista colaborador da Gazeta do Povo, tendo publicado mais de 100 artigos sobre matérias diversas. Divonsir exerceu ainda a advocacia OAB nº 234 e foi conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Paraná, eleito por dois mandatos. Foi um dos fundadores da Faculdade de Direito de Curitiba, e promotor de justiça de carreira, tendo se aposentado como procurador de Justiça. Em 1962 foi procurador geral e secretário geral da Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, no Rio de Janeiro. Também foi Delegado da Ordem Política e Social em Curitiba no período da 2ª. Guerra Mundial.

Na Maçonaria foi Grão Mestre da Grande Loja do Paraná e em 1944 fundou em Londrina a Loja Maçonica Regeneração Terceira, ponto de congraçamento das diversas correntes em divergência, interferindo pessoalmente inclusive na aquisição do terreno, onde foi edificado o Templo que dignifica a cultura da cidade de Londrina. É filho, neto(pelos dois lados) e bisneto de Maçons.

Divonsir Borba Côrtes era casado com Dalila Martins Côrtes e deixou três filhos: Divonsir Borba Côrtes Filho, Luiz Cláudio Martins Côrtes e Cloris Martins Côrtes (já falecida), além de inúmeros netos e bisnetos. Tendo como irmaos o médico Dr. Hélenton Borba Côrtes CRM 724 (ja falecido) e o também médico Dr. Atlantido Borba Côrtes CRM 35, hoje com 98 anos.